terça-feira, abril 26, 2022

5 ANOS SEM JODIVIL



Foi há 5 anos, que faleceu JODIVIL. Conheci-o, pessoalmente, em 1973, em Paris, no Congresso FISM. Alguns meses depois reencontrámo-nos no Festival da Figueira, onde o vi ganhar o 2º Prémio de Magia Geral. Este foi o primeiro de vários prémios a cuja conquista haveria de assistir, os quais culminariam com a obtenção do Grande Prémio no Festival Mágico da Figueira da Foz de 1977. Convém não esquecer que tais prémios não foram apenas do JODIVIL. A sua esposa Mizá deu sempre um contributo importante como partenaire nas diversas performances e, por isso, a nível dos prémios, é obrigatório falar em JODIVIL E MARGOT.

Foi portanto, em 1973, que iniciámos uma amizade que se foi mantendo à distância e estreitando nos sucessivos congressos e festivais mágicos em que coincidíamos. Com a minha presença em Lisboa, para cumprimento do Serviço Militar Obrigatório, entre 1978 e 1980, a nossa amizade estreitou-se com as múltiplas visitas a sua casa, onde passávamos algumas horas com enriquecedoras conversas sobre Magia.

JODIVIL era um grande conhecedor técnico de Ilusionismo. Embora as suas modalidades de eleição (e nas quais colocou todo o seu foco de trabalho) fossem “Magia Geral” e “Grandes Ilusões”, sabia apreciar Cartomagia e Close-up, não se coibindo de manifestar opiniões sobre tais disciplinas mágicas. E devo dizer que, sempre que o vi manifestar opiniões sobre tais modalidades de mesa, elas se revelaram assertivas e dignas de interesse. Um outro foco que ele tinha na sua ligação à Arte Mágica era o estudo da história do Ilusionismo. 

No âmbito do associativismo mágico, JODIVIL foi sempre um elemento presente, tendo, inclusivé, sido um dos sócios fundadores da Associação Portuguesa de Ilusionismo. Nela, ao longo dos anos, exerceu diversos cargos directivos e organizou algumas das boas convenções anuais da API.

Possuidor de uma tão grande bagagem de conhecimentos, JODIVIL procurou partilhar os mesmos através da sua colaboração em diversas revistas. Lembro-me, em concreto, dos seus interessantes escritos na revista QUATRO ASES e na REVISTA DO CLUBE MÁGICO PORTUGUÊS. Nesta última chegou mesmo a ocupar o lugar de Director Executivo, coordenando a respectiva publicação. No final de 1994, um arreliador enfarte obrigá-lo-ia a pôr travão no seu voluntarismo em prol da Arte Mágica.

Ao longo de toda uma vida com forte e permanente ligação ao Ilusionismo, JODIVIL reunião um acervo de inegável valor. Quando, em 2016, tomei conhecimento que se iria desfazer do mesmo, manifestei a minha intenção de adquirir alguns dos livros e aparatos mágicos (da marca Magiarte) que integravam tal acervo. Nas sucessivas conversas que tivemos, percebi que a sua principal preocupação era que o material e biblioteca pudessem encontrar uma “nova casa” em Portugal que lhe desse a perspectiva de se manterem em bloco. E foi assim que, em 10 de Abril de 2017, se concretizou a passagem de um legado, conforme refere o post colocado no Facebook pelo seu filho Paulo Vilhena, do qual se reproduz a foto seguinte.


Com a partida de JODIVIL, o Ilusionismo português ficou mais pobre. Para terminar esta singela homenagem a JODIVIL, deixo o video de uma suas suas inúmeras actuações em televisão. 


segunda-feira, abril 25, 2022

Será o plágio um “cancro incurável” ?


Volta e meia, no mundo do Ilusionismo, aparece a denúncia de um plágio. Como é uma matéria que merece a minha particular atenção e o meu repúdio, não posso deixar de fazer eco da denúncia de plágio feita por TONY KLAUF neste recente post da sua página de Facebook.

E como o plágio se reproduz (por vezes sob a capa da partilha credível de um conteúdo com referência a uma fonte que plagiou) seguidamente reproduzo, com autorização do autor, o conteúdo do post colocado no Facebook, por TONY KLAUF, em 24 de Junho de 2014.



Em memória de Joaquim Gonçalves de Oliveira. Nasceu a 24 de junho de 1854 em Abadim, Cabeceiras de Bastos e faleceu a 1 de fevereiro de 1928 na cidade do Porto.

Consta, que J. G. d’Oliveira, teve a sua estreia oficial, como Ilusionista, no Teatro da Figueira da Foz, quando tinha dezasseis anos de idade. Ao longo da sua exemplar carreira artística, exibiu-se nos principais Teatros de Portugal Continental, Territórios de Expressão Lusófona e no Estrangeiro. Durante algum tempo, nas suas atuações, contou com a colaboração de Maria Antonieta. Trabalhou em espaços ao ar livre, em várias localidades, uma delas, pode ser constatada pela licença obtida através do Governo Civil do Distrito do Porto, para dar espetáculos de Prestidigitação nas ruas e praças da Cidade Invicta.

Escreveu vários livros sobre esta nobre arte, seis títulos são conhecidos, alguns com várias edições, sendo que o Manual do Prestidigitador, conseguiu ter uma edição, durante o conturbado período da Primeira Guerra Mundial 1914 - 1918.

Durante bastante tempo, lecionou um Curso de Ilusionismo, por si elaborado, tendo este, sido frequentado entre outras individualidades pelo saudoso confrade Eduardo Relvas ‘Savler’.

Oficialmente é considerado o primeiro fabricante nacional de material de ilusionismo. Na sua loja, vendia também utensílios para esta arte importados de outros Países, para além destas intrigantes ilusões, incluía outros objetos curiosos da sua época, como está referenciado em pelo menos dois dos seus catálogos.

Com António Pinheiro, Pedro de Freitas, Rafael Marques e outras Personalidades, fundou uma Associação de Ilusionistas, com a designação de Núcleo Mefistofélico Lusitano.

O mérito, pelo seu empenho e dotes artísticos, foi distinguido com várias medalhas de ouro e prata, além destas, também foi presenteado com uma cigarreira de prata, executada por um mestre italiano. Esta distinção, foi atribuída por Dom Afonso de Bragança, Duque do Porto, filho do Rei Dom Luís I.