Completam-se hoje dois anos sobre a morte de Fernando Coimbra e todos os que com ele conviveram recordam com saudade o Ilusionista e o Homem.
JOFERK teve uma influência enorme no meu percurso mágico, pois foi precisamente, após o espectáculo realizado em 20 de Maio de 1972 em que, pela primeira vez, nos encontramos que tive oportunidade de apreciar uma brilhante actuação de magia de close-up. Há 25 anos publiquei o pequeno opúsculo “25 ANOS MAGICANDO” e recordei tal exibição nos seguintes termos:
“Como era habitual no final de tal tipo de espectáculo houve um convívio entre os artistas intervenientes e foi aí que me apaixonei pelo... close-up. Foi decididamente um caso de amor à primeira vista fruto de uma impecável exibição informal de JOFERK, de que ainda recordo o “Chop Cup” e a “Carta Polaroid”. O que aí presenciei em cartomagia nada tinha a ver com os enfadonhos truques de cartas que, até essa altura, se haviam cruzado comigo nas minhas leituras mágicas.”
Esse exibição foi claramente “o empurrão” que eu necessitava para me dedicar com afinco ao estudo e prática da “magia de close-up” que, a partir de 1999 passei a designar por “magia de proximidade”. E muito provavelmente foi esta minha dedicação à “magia de proximidade” (em particular à que se apresenta com cartas de jogar) a semente que germinou na criação do único mágico português que, até hoje, se sagrou Campeão Mundial de Magia: o meu filho Helder de quem o Coimbra e a Cristina foram padrinhos de baptismo.
Por tudo isto não será surpresa para ninguém dizer que o material mágico que apresento na fotografia seguinte é, sob o ponto de vista sentimental, o mais valioso da minha pequena colecção. E sempre que olho para estes objectos relembro, com saudade, o mestre JOFERK e aquela impecável exibição de 20 de Maio de 1972. O facto de o "Chop Cup" e a "Carta Polaroid" não terem, neste momento, "segredos" para mim, em nada afecta a memória das sensações de "maravilhoso" e "impossível" que experienciei nessa noite. Obrigado, Coimbra, por essa experiência inolvidável... e por tudo o resto!
Resta acrescentar que esse nosso primeiro encontro foi fruto do acaso, pois os ilusionistas previstos para tal espectáculo eram EDGAR e DE ROCK, conforme mostra o programa impresso, que o Coimbra teve a preocupação de rectificar pelo seu próprio punho.