sábado, outubro 29, 2022

A DIFERENÇA...


Hoje , num grupo de magia do Facebook, havia um comentário a um post sobre livros da DOVER que cativou a minha atenção. Eis o respectivo conteúdo:

A respectiva tradução é a seguinte:

"Quando eu tinha uma loja de magia, sugeria livros, mas a maioria dos clientes queria um truque, então eu executava "Gemini Twins" do livro "More Self Working Card Tricks". Eles perguntavam: "Quanto?". Eu respondia: “5 dólares”. Eles pagavam-me 5 dólares e eu entregava-lhes o livro."

Este comentário atraiu a minha atenção pois fez-me lembrar um episódio acontecido em 2009. Neste caso uma Loja de Magia pôs à venda (como download) um truque com o nome "Engano Calculado" que mais não era do que o truque "VOILÀ, CUATRO ASES" descrito por Roberto Giobbi no livro ROBERTO EXTRA LIGHT. A cópia era tão exacta que até mesmo o cinco usado como "carta enganada" era o 5 de copas, que Giobbi apresenta para exemplo da sua descrição!

Conseguem ver a diferença de comportamento ético entre os dois vendedores? 

Eu vejo... Por isso, para a este segundo vendedor, eu só consigo encontrar uma classificação: CHICO-ESPERTO!


segunda-feira, outubro 24, 2022

TEN



Para o próximo fim de semana está programado um evento virtual que reune 10 dos mais prestigiados mágicos do nosso planeta. 

Por isso mesmo o evento tem o o nome "TEN" e, entre os dez, figura Helder Guimarães.


sexta-feira, outubro 21, 2022

ATÉ SEMPRE, VICTOR!



"O Ilusionismo português está mais pobre" parece ser um chavão, mas é totalmente justificável neste momento, pois faleceu ontem, com 83 anos, o ilusionista português ROVIT. 

De seu nome completo Victor Manuel Ferreira Alves, ROVIT foi um dos mágicos mais conceituados da sua geração, sendo, provavelmente, o ilusionista português mais reconhecido além-fronteiras no último quartel do século XX. Após ter abraçado, em 1975, o profissionalismo a tempo inteiro, fixou residência em Espanha durante largos anos. 


Depois de já o ter visto actuar num programa da RTP ("Domingo à Noite", creio eu) e ter ficado impressionado com a qualidade da sua performance, lembro-me de conhecer pessoalmente ROVIT no casamento de JOFERK (outro dos GRANDES dessa geração, infelizmente já desaparecido) e de ter estreitado a nossa amizade e conhecimento mútuo na viagem de comboio para a FISM de Paris (1973).

Ao longo da sua carreira ROVIT conquistou vários prémios, sendo junto destacar o 1º Prémio de Manipulação no 1º Festival Mágico da Figueira da Foz e o Prémio Frakson (que lhe foi atribuído pela SEI Madrid no ano de 1989). 

ROVIT foi também uma presença assídua nos ecrãs da RTP com participações em diversos programas de variedades e a responsabilidade de realizar 4 séries de programas de Ilusionismo.

Em Março de 1999, a revista "O Mágico" dedicou-lhe o respectivo dossier, o qual incluíu o meu contributo com o texto que seguidamente reproduzo.

Até sempre, Victor!                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                                 

8 X ( R + O + V + I + T ) 
Jomaguy


Recordação A viagem a Paris (FISM’73).
Recursos Muitos. Manipulação, Magia Geral, Grandes Ilusões, 
                        Close-up, etc.
Regalo A presença em palco.
Relevante O trabalho em prol do Ilusionismo.
Renovar O reportório. Preocupação constante.
Renúncia A uma vida sedentária de bancário (ou seria banqueiro?).
Ressalvar A palavra “alfenetes”.
Rolas Uma rotina impecável. “Profissionalíssima”.

Obstinado Quanto baste.
Ocasião O primeiro encontro (no casamento do Coimbra).
Ocupação Magia, encher balões e... visitar boites.
Opinião Sempre abalizada.
Organizador Dos Encontros de Sintra.
OriginalidadeUma caixa de espadas com uma cartola.
Ortografia Sempre errou ao escrever “alfenetes”.
Ousadia Trocar a vida de “banqueiro” pela de ilusionista.

Vacilar Apenas ao pronunciar alfinetes (ou será alfenetes?).
Vadiagem As saídas nocturnas... para ir trabalhar!
Vagabundo Como qualquer mágico profissional.
Vanguarda Da dignificação do Ilusionismo.
Vaticínio Ainda tem muito para dar à MAGIA portuguesa.
Vendedor  Esse é o outro, o Mr. Balloon.
Vitória A maior foi sobre um aparatoso (e grave) acidente.
Vocabulário Com um óbice enorme: a palavra “alfenetes”.

Ibérico Pudera, com tantos anos em Espanha.
Ideal Seria o mundo mágico... sem alfenetes.
Idioma Houve tempos em que misturava portunhol com espanhês.
Ilusionista Uma certa maneira de ser e estar.
Imposição Dos temas de Sintra... como um “capo mafioso”.
Impossível Pronunciar alfinetes.
Impulsionar O desenvolvimento da nossa Arte.
Insuflar         Balões de todas as formas e feitios.

Tabu A palavra... (o leitor já adivinha qual é!).
Tarde A manhã do artista que trabalha de noite.
Teatros Oficinas de trabalho.
Televisão  Muitos TEMPOS DE MAGIA...
Teresa A MAY sem lantejoulas.
Traje Preocupação com a renovação.
Transporte A mania do CITROËN.
Treinar A obrigação permanente do profissional competente.


terça-feira, setembro 20, 2022

Uma vez mais... o baralho invisível!


Se tivesse que apostar no truque de cartas que mais vezes foi feito em programas de televisão, eu apostaria no "baralho invisível". 

Hoje, mais uma vez, tive oportunidade de ver esse velhinho truque no programa Praça da Alegria (RTP 1), executado pelo Mário Daniel. 

Felizmente o artista teve a criatividade suficiente para lhe acrescentar um "melhoramento": a carta escolhida pelo espectador muda de lugar num "abrir e fechar de olhos", perdão... num "abrir e fechar de baralho".


segunda-feira, setembro 19, 2022

25 ANOS MAGICANDO COM JOFERK


Seguidamente reproduzo o texto de minha autoria que integrou o dossier "JOFERK & CRISTY", publicado na edição de Dezembro de 1997 da revista "O Mágico".


25 ANOS MAGICANDO COM JOFERK

por Jomaguy

Joferk é, sem sombra de dúvida, desde há muitos anos, um padrão de referência no Ilusionismo nortenho. Tive a felicidade de o conhecer há 25 anos e, desde esse momento, construimos e solidificamos uma amizade que nos transformou em compadres. Tenho a certeza que o meu percurso mágico não seria o mesmo se esse encontro não tivesse acontecido. Por isso é com enorme prazer que aqui relembro os factos mais marcantes desta vivência mágica paralela.

1º Acto

Em 4 de Janeiro de 1970, quando me encontrava numa fase de despertar para a descoberta desta Arte maravilhosa que é o Ilusionismo, tomei conhecimento, através da rubrica MAGIA (da autoria de Cardinal e que o Jornal de Notícias publicava aos domingos), da existência  de um ilusionista amador de nome artístico JOFERK. Apesar da biografia aí publicada ser quase telegráfica, fixei, imediatamente, o respectivo nome para tentar assistir a uma das respectivas actuações, logo que possível... Esse meu projecto levou mais do que 1 ano e 3 meses a ser concretizado, como veremos.

2º Acto

Três meses depois (mais concretamente em  5 de Abril de 1970), na mesma rubrica, voltei a tomar contacto com Joferk, pois foi publicada uma carta aberta de sua autoria dirigida ao Dr. Pires de Carvalho. Pelo conteúdo da mesma fiquei ciente que o seu autor era uma pessoa preocupada com o desenvolvimento do Ilusionismo e interessada em contribuir para a união de esforços de todos os intervenientes válidos para a concretização de tal objectivo.

3º Acto

Passou cerca de um ano e, finalmente, em Abril (ou Maio) de 1971 tive, pela 1ª vez, oportunidade de assistir a uma actuação de Joferk, a qual me marcou profundamente. Ainda recordo, como se fosse hoje, a beleza da rotina do pintor mágico. Que excelente ideia e que lástima o Coimbra não a ter mantido e desenvolvido como ela merecia. A propósito desta actuação transcrevo, seguidamente, o que expressei no meu pequeno opúsculo “25 ANOS MAGICANDO...”.

«Creio que não falhei a presença num único desses espectáculos [programa Pica-Pau],  onde tive oportunidade de apreciar algumas actuações que me maravilharam, até porque fugiam do figurino habitual das actuações de circo. Foi, nesse programa, que adoptei o meu primeiro ídolo no âmbito do Ilusionismo. Adivinham de quem se tratava? Se responderam JOFERK, acertaram.»

4º Acto

Finalmente, em 20 de Maio de 1972, tive oportunidade de conhecer, pessoalmente, Joferk. Aconteceu num espectáculo de beneficiência em que ambos fomos convidados para actuar e sobre esse encontro deixo as impressões que registei no supracitado opúsculo.

«Esse espectáculo que, inicialmente, estava previsto ser integrado, apenas, por artistas amadores principiantes, acabou por registar a presença de vários artistas consagrados, entre os quais aquele ilusionista que era o meu ídolo: JOFERK. Imaginem os sentimentos contraditórios que então me assaltaram: por um lado o júbilo de ir conhecer, pessoalmente, aquele mágico que considerava como modelo de referência e por outro lado o receio de ver a minha actuação menos apreciada ao estar sujeita a comparação com tão excelente ilusionista. 

Como era habitual no final de tal tipo de espectáculo houve um convívio entre os artistas intervenientes e foi aí que me apaixonei pelo... close-up. Foi decididamente um caso de amor à primeira vista fruto de uma impecável exibição informal de JOFERK, de que ainda recordo o “Chop Cup” e a “Carta Polaroid”. O que aí presenciei em cartomagia nada tinha a ver com os enfadonhos truques de cartas que, até essa altura, se haviam cruzado comigo nas minhas leituras mágicas. Também o JOFERK me convidou a aparecer no CIF, depois de passar o Verão.»

5º Acto

A partir dessa data o meu contacto com o Coimbra foi-se, a pouco e pouco, estreitando, enquanto eu bebia, sofregamente, todos os conhecimentos que de tal fonte brotavam. Recordo aqui o que expressei no mesmo opúsculo.

«A partir do último trimestre de 1972, sempre que os estudos permitiam, aparecia nos Fenianos e na respectiva filial de Mouzinho da Silveira: A Fogueira das Meias. Atravessei uma fase de descoberta do Ilusionismo e aprendizagem constante em que o contributo do Coimbra foi, como sempre reconheci, fundamental.»

É da mais elementar justiça registar que o apoio que o Coimbra me dava causava-lhe, por vezes, alguns transtornos na sua ocupadíssima vida... de solteiro (entenderam?). Daí que o meu reconhecimento por tal apoio seja, naturalmente, o maior.

6º Acto

Passaram-se 25 anos num percurso mágico paralelo de presenças em espectáculos, festivais e congressos, para além da vivência, mais ou menos assídua, dos encontros semanais no nosso CIF. No entanto, como não há bela sem senão, deve registar-se que a presença do Coimbra nas nossas actividades semanais tem sido escassíssima nos últimos tempos. Mas isso não faz diminuir a nossa amizade nem lhe retira o lugar que, por direito próprio, ocupa no panorama mágico nortenho (e nacional). 

7º (e último) Acto

Estou certo que o Coimbra vai ultrapassar rapidamente um certo estado de letargia mágica em que se tem mantido, pois ainda tem muito para dar ao Ilusionismo português. Se tal ajudar poderá reler a carta aberta que referenciei no 2º Acto, imaginando que foi assinada por mim e lhe está dirigida. Pela minha parte termino fazendo votos que este artigo o possa estimular a dar um novo impulso à sua brilhante carreira mágica. 

Todos ficaremos a ganhar com isso.

sexta-feira, setembro 16, 2022

O GRANDE ILUSIONISTA



Tenho-me apercebido que, sempre que a ARTE MÁGICA (Ilusionismo) é usada metaforicamente no mundo da política, tal é feito com a conotação negativa de "vigarice". 

Porque será?


"Capital mundial da magia"



O título "capital mundial da magia" adoptado para esta notícia tem um sabor demasiado requentado. 

Há 17 anos (sim, leram bem, dezassete anos!) eu escrevi, no meu blogue, um texto alusivo a várias capitais de magia, o qual pode ser lido aqui.


terça-feira, setembro 13, 2022

25 ANOS SEM ARTURO DE ASCANIO



Em 6 de Abril passado completaram-se 25 anos sobre o falecimento de ARTURO DE ASCANIO. Com o objectivo de homenagear essa figura ímpar da Magia, a GRADA MÁGICA (dos meus amigos ARMANDO GÓMEZ e MIGUEL GÓMEZ), com a valiosa colaboração de PABLO BASTERRECHEA, organizou um evento em Madrid ao qual não podia faltar.



O evento foi constituído por uma muito bem organizada exposição de objectos pessoais que pertenceram a ASCANIO (aparatos mágicos, livros, manuscritos, recordações de congressos, etc.), a qual foi complementada com várias palestras que ajudavam a transmitir a superior importância de ASCANIO na Magia que hoje se pratica. O evento encerrou com uma excelente Gala Mágica, em que actuaram JUAN GISMERO, MIGUEL ANGEL GEA, RAFAEL BENATAR, ANTHONY BLAKE e ARMANDO GÓMEZ (este último no papel de apresentador). Também trabalhou (e muito) MIGUEL GÓMEZ, como assistente de palco.

Na palestra de quinta-feira (única a que assisti) teve um papel fundamental o meu amigo PEDRO LACERDA MACHADO que, como sabemos, era um dos "filhos mágicos" de ASCANIO, conforme este sempre referia.


Ao visitar a exposição foi com alguma emoção que verifiquei que entre os pertences de ASCANIO que aí estavam expostos figurava uma carteira-arquivo de cartões de visita onde estava o meu cartão que eu lhe entregara em 1979, quando veio ao Porto participar (como actuante e palestrante) no 20º aniversário do CIF.

Na altura do falecimento de ARTURO DE ASCANIO escrevi um artigo para publicação na revista MAGIA (CIF), o qual está reproduzido aqui.

POST SCRIPTUM

Em 29 de Outubro de 2022 foi divulgado o seguinte video que resume esta homenagem a Arturo de Ascanio:



terça-feira, setembro 06, 2022

A GALA DE CLOSE-UP DA FISM 2006


Reprodução do artigo publicado na revista MAGICAMENTE (API) de Outubro 2006.


A GALA DE CLOSE-UP
por Jomaguy

Já me habituei que, nos Congressos FISM, a Gala de Close-up é algo de muito sui generis. De facto num Congresso que, desde 1988, reúne mais de 2000 participantes (exceptuando a incursão por terras do Oriente realizada em 1994) não é possível criar condições de autêntica Magia de Proximidade. Mas tenho a sensação que, em Estocolmo, houve uma das piores condições que me lembro pois a sala tinha uma capacidade de cerca de 800 lugares, pouco declive e as actuações realizaram-se em cima do respectivo palco. Nestas condições nem mesmo os espectadores das primeiras filas conseguiam ver o tampo da mesa onde decorriam as actuações. Portanto, todos os espectadores tiveram que seguir as actuações pelos ecrãs gigantes e a única autêntica espectadora de proximidade foi a operadora de câmara de TV que dava os grandes planos da mesa quando necessários (melhor dizendo, nem sempre…). 

Esta Gala foi repetida 3 vezes e o grupo em que fiquei integrado assistiu à segunda apresentação da mesma (Quarta-feira, 2 de Agosto). Esta gala começou da pior maneira possível: um grande burburinho provocado por uma falha imperdoável da Organização. De facto quando abririam as portas os porteiros de serviço começaram a recolher os bilhetes dos participantes, informando que não haveria lugares marcados. Entretanto começaram a chegar participantes que tinham lugares atribuídos nas filas da frente e que não se resignaram a ir para lugares em filas do fundo da sala. Instalou-se um verdadeiro caos, pois entretanto as pessoas que haviam deixado os bilhetes nas mãos dos porteiros tiveram que ir recuperá-los, obviamente não conseguindo obter os lugares primitivos (o Andrély foi um dos prejudicados). 

Um dos que estava irritadíssimo com toda esta situação era Ali Bongo que, inclusivamente, subiu a palco para protestar veementemente com o elemento da organização que tentava conseguir que as pessoas se acalmassem. Nunca imaginei ver um gentleman como Ali Bongo tão fora de si… A situação só foi debelada quando Dag Lofalk (Presidente do Congresso) veio a palco assumir o erro, pedir imensa desculpa e solicitar a colaboração de todos para se conseguir ultrapassar a situação e dar início à gala. Lembro que esta era a segunda apresentação da Gala de Close-up, pelo que um erro como este é totalmente inadmissível.

Foi então que o apresentador (cujo nome desconheço, pois não constava do programa) deu início à Gala, apresentando Belinda Sinclair. Por conversas tidas com amigos que haviam assistido à Gala do dia anterior, já estava mais ou menos preparado para o que me esperava, mas, mesmo assim, a decepção foi muito grande. Aliás o facto de Belinda Sinclair ter sido escolhida para abrir esta segunda Gala de Close-up quando tinha encerrado a Gala da noite anterior é sintomático… Acompanhada por dançarinos, músicos e cantores, a pouca magia desta actuação perdeu-se totalmente devido a uma realização televisiva aparentemente mal ensaiada… Mas, se calhar, ainda bem, pois cada vez que era dado um grande plano do trabalho de Belinda Sinclair com as cartas nas mãos era gritante a sua pouco apurada técnica…Definitivamente um péssimo começo para esta gala. Sorte tiveram os assistentes da primeira gala de Close-up que, ao verem a qualidade deste número e sabendo que era o último, puderam sair a meio. E muitos o fizeram, tanto quanto sei.

Seguiu-se Tim Star. Um ar de cowboy e uma actuação à base de cartas que não me convenceram a ir ver a sua conferência. Não o recomendaria para um qualquer festival nacional. Um daqueles convidados FISM que, sem comprometer, passaria despercebido se tivesse participado no concurso.

Ao ser anunciado o nome do convidado seguinte, os espectadores, que estavam no estado de apatia provocado pelas actuações já relatadas, despertaram para a realidade de irem, finalmente, assistir a uma actuação com nível FISM. Lennart Green não os desiludiu. Melhor dizendo, iludiu-nos mais do que nunca, sendo, indiscutivelmente, o mais ovacionado de toda a noite. A sua matrix em que “esconde cartas de tamanho poker debaixo de moedas de tamanho normal”, por si só, era merecedora da ovação em pé que lhe foi tributada. Numa palavra: ARRASOU!

Adivinhava-se muito difícil a tarefa do artista seguinte, Bob Sheets, que, à última hora, substituiu o anunciado Tim Conover, impedido de viajar por razões de saúde. No seu estilo habitual, Bob Sheets conseguiu entreter com o truque “Homing Card” (versão “quase semelhante” à de Fred Kaps) e intrigar com o truque dos “Cubos Numerados”, o qual não sendo um truque de close-up, foi particularmente bem escolhido face às condições da sala, pois permitiu aos presentes seguirem a actuação sem olharem para os ecrãs.

Seguiu-se Michael Vincent cujo trabalho foi bastante prejudicado pela pobreza da realização de TV. Chegou-se ao cúmulo do público gritar instruções para que o realizador mostrasse aquilo que realmente era importante ser visto. Não se percebe a falta de ensaio nesta matéria.

A gala encerrou com a actuação de Armando Lucero. Foi a segunda vez que o vi actuar e, desta vez, fiquei com uma impressão muito mais positiva do que acontecera em Espanha (onde, provavelmente, esteve num dia de azar). Não há dúvida que certos efeitos que apresenta quando vistos do ângulo certo (e a câmara de TV estava lá) são verdadeiramente mágicos. 

Conclusão: uma gala a merecer nota positiva, mas não muito alta, por culpa exclusiva da organização.

Para melhorar substancialmente a opinião generalizada dos presentes bastaria a organização ter as seguintes 3 precauções:

  • Informar correctamente os porteiros, para evitar a confusão inicial;
  • Contratar uma boa equipa de realização de TV e/ou dar-lhes condições para realizar os necessários ensaios;
  • Não contratar Belinda Sinclair.

domingo, agosto 21, 2022

Roberto Giobbi Magic Memories


Roberto Giobbi é, seguramente, um dos melhores mágicos de sempre a ensinar através da escrita. Não tenho dúvida que os seus livros já são clássicos. E assim permanecerão no futuro da Arte Mágica.

Há algum tempo, Roberto Giobbi iniciou a publicação deste blogue, onde, semanalmente, partilha memórias e ensinamentos.

Num frase simples: A NÃO PERDER!


quarta-feira, agosto 17, 2022

LISBOA MÁGICA 2022


Há precisamente um ano, escrevi um post no Facebook, o qual reproduzi num post colocado neste blogue em 24 de Agosto de 2021.

Verifico, com regozijo, que as minhas palavras não caíram em saco roto, pois, na programação do evento Lisboa Mágica deste ano vejo a inclusão de dois (sim, leram bem, DOIS) mágicos portugueses.

Ora, se fizermos um resumo das anteriores edições do evento, verificamos que NUNCA a organização contratara mais do que um mágico português num evento, como, seguidamente, detalho.

LM2006 - 15 (quinze) convidados - 0 (zero) portugueses

LM2007 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (Helder Guimarães)

LM2008 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (David Sousa)

LM2009 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (Mário Daniel)

LM2010 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (José de Lemos)

LM2018 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (José de Lemos)

LM2019 - 15 (quinze) convidados - 0 (zero) portugueses

LM2020 - 15 (quinze) convidados - 1 (um) português (José de Lemos)

LM2021 - 15 (quinze) convidados - 0 (zero) portugueses


Até me apetecia dizer: “ Bravo, Luís de Matos! Finalmente vejo que quer apoiar os mágicos portugueses.” 

Só não o digo, pois estou plenamente convencido que o Luís de Matos não efectuou esta contratação de dois mágicos portugueses de “motu proprio”, mas sim porque, muito provavelmente, “levou nas orelhas” da Câmara Municipal de Lisboa no ano transacto…


terça-feira, agosto 09, 2022

PROVOCAÇÃO



Há quem goste de provocar... São feitios... E ninguém tem nada com isso. Mas as provocações não devem ficar sem resposta, penso eu de que...

Vem isto na sequência do post que, em 14 de Julho p.p., coloquei no Facebook a propósito do programa VIZINHANÇAS elaborado pela Empresa Municipal "ÁGORA CULTURA E DESPORTO" para animação da cidade do Porto.

Seguidamente, reproduzo o conteúdo desse meu post.


Como qualquer pessoa inteligente deduzirá quando, no dia 14 de Julho, eu critiquei a ausência de referência ao nome do mágico envolvido em tal animação, fi-lo na perspectiva de quem reivindica para o Ilusionismo o mesmo tipo de tratamento que é dado a outras Artes Performativas, pois não fazia a mínima ideia do mágico contratado para o programa VIZINHANÇAS. Apenas no dia 16 de Julho, quando me desloquei ao Jardim do Calém, tomei conhecimento que tal mágico era o FREDERICO FERREIRA.

Vir agora dizer que, se o mágico contratado fosse o LUÍS DE MATOS, eu não faria tal crítica é mera especulação (e mentira) de quem apenas pretende provocar. E foi isso que fez o ZACARIAS FERREIRA no comentário que, seguidamente, reproduzo.

Enfim... As acções classificam quem as pratica...


domingo, julho 24, 2022

A "história" dos MERLIN AWARDS


Aqui se pode ler a desenvolvida história dos meandros dos MERLIN AWARDS. 

Post Scriptum (em 18 de Agosto de 2023): Quem tiver dificuldade em entender a língua inglesa pode ver aqui a respectiva versão em espanhol.


sexta-feira, julho 15, 2022

UMA GRANDE ILUSÃO CHAMADA... PRÉMIO


Reprodução do artigo publicado na revista MAGIA (CIF) de Janeiro/Junho 1999



UMA GRANDE ILUSÃO CHAMADA… PRÉMIO


por Jomaguy


Os prémios e galardões obtidos em Ilusionismo, como em qualquer outra actividade, não têm um valor absoluto, mas apenas um valor relativo, função do tempo e local a que se reportam.”

In «25 ANOS MAGICANDO...»


Apesar da frase transcrita constituir, para mim, uma verdade inquestionável, não posso deixar de reconhecer que há concursos que, possuindo um historial de participações de grande qualidade, constituem, inequivocamente, referências de elevado padrão para os respectivos galardoados. São exemplos disso o concurso da FISM e a competição de CLOSE-UP promovida por Ron MacMillan, pois, em qualquer dos casos, a respectiva entidade organizadora procura garantir a permanente elevada qualidade dos mesmos.

Não espanta, portanto, que tais concursos (e outros igualmente acreditados no meio mágico) sejam objectivos apetecíveis para os jovens mágicos em busca de sucesso. Mas o desejo (de vencer um desses concursos) não deve ser confundido com a realidade. Não é, portanto, eticamente correcto que alguém, após a obtenção de um prémio num determinado concurso, menos conhecido ou divulgado, procure sobrevalorizar esse prémio referindo que o mesmo foi obtido numa competição organizada por outra entidade (mais conhecida ou mais credível), mesmo que o prémio lhe seja entregue pelo líder dessa outra entidade. Quanto a mim, ao tomar tal postura mentirosa está, intrinsecamente, a reconhecer que o concurso em que participou foi de menor gabarito.

Por vezes a divulgação de tal informação errónea é feita fora do ambiente mágico podendo ser interpretada como uma tentativa de obter um melhor aproveitamento comercial de tal prémio. Mesmo nessa situação, não é uma atitude correcta, sob o ponto de vista ético. Mas claro, MUITO MAIS GRAVE é manter e sustentar tal mentira dentro de um clube mágico onde a transparência e a verdade devem ser lei e regra. 

Que diríamos nós se o sr. Eduardo Franco, que recebeu um galardão pela sua dedicação ao CIF (que, na ocasião, lhe foi entregue pelo sr. Marques Vidal, presidente da FISM) aproveitasse a fotografia da entrega do prémio para propagandear que tinha recebido um galardão de dedicação da FISM? Claro que nem o sr. Eduardo Franco nem qualquer outro ilusionista de boa formação ética tomaria tal atitude. Mas seremos todos assim?…

Não tenho dúvidas que é sempre um motivo de regozijo a obtenção de um prémio numa actividade à qual nos dedicamos e procuramos dar o melhor de nós mesmos, mas a VERDADE sobre esse prémio será, em qualquer circunstância, a melhor informação que poderemos prestar sobre o mesmo. 

Até porque A VERDADE É COMO O AZEITE: VEM SEMPRE À TONA!


sexta-feira, julho 08, 2022

A MAGIA DE ASCANIO SERÁ ETERNA


Reprodução do artigo publicado na revista MAGIA (CIF) de Março/Abril 1997.

A MAGIA DE ASCANIO SERÁ ETERNA

por Jomaguy

O universo do Ilusionismo está mais pobre: faleceu ASCANIO. E a morte surpreendeu-o com um baralho de cartas na mão, no passado dia 6 de Abril, na sua residência em Madrid, quando apresentava algumas das suas jóias cartomágicas a um amigo.

Ascanio era por direito próprio cidadão mágico universal e, naturalmente, o mundo da Magia não pode deixar de chorar a perda de um dos seus membros mais criativos e que muito ajudou a elevar cultural e cientificamente o nível da prática do Ilusionismo. A sua paixão era a cartomagia, mas as teorias que desenvolveu e explanou de forma brilhante são de aplicação tão vasta que o seu nome ficará gravado, a letras de ouro, na História da Magia Universal.

Ascanio tinha um carinho muito especial pelo nosso país, pelos nossos ilusionistas e pelo Porto. Não resisto a transcrever, com a devida vénia, uma passagem da entrevista publicada na revista “O MÁGICO” nº 2 (Março de 1996). Eis as palavras do MESTRE:

«Há momentos mágicos, especiais, momentos de prazer. Uma ocasião, no Porto, numa humilde tasca depois de comer um bacalhau com vinho verde, que gosto muito, estava com um grupo a fazer os nossos “juegos”. O dono, um tasqueiro clássico, pançudo, perguntou a alguém quem eu era e disseram-lhe exagerando claro! à saída, o dono, a família e os empregados formaram alas e à minha passagem aplaudiram; o povo, o verdadeiro povo dava-me a sua homenagem. Foi no Porto. Estava o Coimbra, a Paula, o Pedro... foi precioso esse momento. Foi mágico.»

Ascanio nasceu a 22 de Março de 1929 e seu interesse pelo Ilusionismo começou muito cedo pois aos 11 anos já apresentava sessões de magia para os amigos de seu pai. A sua carreira foi recheada de êxitos de que é justo destacar o 1º Prémio de Cartomagia do Congresso FISM de 1970 (Amsterdam). O seu exemplo e os seus ensinamentos frutificaram através da Escuela Mágica de Madrid e duma vasta obra literária que se encontra traduzida em inglês, francês e alemão, a par das participações e conferências em congressos, onde a sua presença era chamariz irresistível para os apaixonados da cartomagia. Desde muito novo que o seu talento e a sua mestria foram reconhecidas por grandes nomes da Magia. Eis o que David Bamberg (Fu Manchú) escreveu, em 1958, sobre Ascanio, no prólogo dessa pequena maravilha literária (refiro-me a “Navajas e daltonismo”) que o MESTRE nos legou:

«Um manipulador de primeiríssima categoria, um mago de pequenos detalhes e um cavalheiro encantador. Uma dessas “almas raras” que ama a magia e que faz alguma coisa de concreto com os seus conhecimentos. Na minha humilde opinião, Ascanio está no nível mais elevado da magia moderna.»

Ascanio não morreu. Porque só morrem os que nada deixam que nos lembre a sua ausência. E Ascanio deixou-nos um exemplo de amor à MAGIA e um legado de ensinamentos que o manterá vivo, na nossa memória, para sempre. Paz à sua alma. 


segunda-feira, junho 27, 2022

PENSAMENTOS SOLTOS ligados por MEMÓRIAS MÁGICAS


Este artigo foi publicado em "A FOLHA MÁGICA (CIF)" em Julho de 1996.

PENSAMENTOS SOLTOS 
ligados por 
MEMÓRIAS MÁGICAS


Domingo, 16 de Junho de 1996. Croácia/Dinamarca. 3 bolas a zero. Fazem-se conjecturas... Basta empatar... Mas, para ser mais fácil, o melhor é... 

CASA CHEIA ... Mas, mais uma vez, ficaram vazios alguns dos quadrados. Que, semanalmente, se procuram encher com cruzes ou bolas. 

Ora bolas!... Podia ser um DOMINGO EM CHEIO! É, precisamente, o programa que se segue. Com a condução de Luís de Matos. Mas sem Magia. Portanto, não atrai a minha atenção. 

Pego num livro (de Ilusionismo, obviamente). Embrenho-me na respectiva leitura. A televisão permanece, maquinalmente, ligada. Qual visitante inesperado cuja despedida é permanentemente adiada. 

De repente, os meus ouvidos captam uma voz que a memória auditiva reconhece. Levanto, contrariado comigo mesmo, os olhos, parando, por momentos a leitura. É o Júlio Isidro. Lado a lado com o Luís de Matos. Que é sinónimo de Ilusionismo para o grande público. 

Algo choca a minha sensibilidade... Pesquiso os arquivos da memória, procurando a causa dessa sensação... Já sei. 

Num ápice recuo no tempo. Mais do que 12 anos. Como por MAGIA. 15 de Abril de 1984. Também domingo. Mas à tarde. 

A FESTA CONTINUA de Júlio Isidro. O programa de hoje é dedicado ao Ilusionismo. Assim se publicita. Numa época em que a Magia só entrava na RTP, quando o rei fazia anos. E não havia rei! Grande expectativa. Não pela falta de rei. Mas para ver Ilusionismo. Ou, à moda do Porto,  pra ber Ilusionismo, carago! Ia ser um domigo em cheio. 

Grande ilusão (...sem ser mágica). Logo GRANDE DESILUSÃO. Um programa (???) de Magia sem mágicos!!!... Mas com músicos! Grande músico, o apresentador/autor da paródia. Que ganha coragem. E apresenta (!?!?!?) alguns truques. Ainda não se falava em polivalência. Isto foi vanguardismo. Algum ilusionista colaborou na palhaçada. E lhe emprestou o material. Que foi muito mal utilizado. Como era de esperar. 

Que ideia do Ilusionismo! Que fantochada!

Baixo os olhos.Volto ao presente. E à minha leitura. 

HÁ IMAGENS NA MEMÓRIA QUE O TEMPO NUNCA APAGARÁ.


sexta-feira, junho 10, 2022

MAIS UMA NOMEAÇÃO PARA UM PRÉMIO

 

O Los Angeles Drama Critics Circle anunciou os nomeados para excelência teatral relativa aos anos 2020 e 2021. Entre eles está HELDER GUIMARÃES e o seu espectáculo THE FUTURE na categoria SPECIALTY como se pode ver aqui.




terça-feira, maio 24, 2022

THE NEAT REVIEW

 


A mais recente publicação de THE NEAT REVIEW inclui uma entrevista feita a HELDER GUIMARÃES por WILL HOUSTOUN. Nela é abordado o processo de criação do espectáculo virtual (via ZOOM) THE PRESENT.

terça-feira, maio 10, 2022

EM ABONO DA VERDADE

 


Por vezes, a vontade de produzir um discurso laudatório sobre alguém tolda a capacidade de pesquisar a verdade dos factos e leva a que o jornalista, inconscientemente, propale mentiras que em nada contribuem para a preservação da verdade histórica.

Vem isto a propósito do texto escrito por Armindo Guimarães (que pode ser lido aqui) e no qual li o seguinte:

Ora dizer que Luis de Matos foi "o primeiro artista português a actuar como convidado, em 1997" numa FISM é pura e simplesmente mentira

Não sei quem terá sido o primeiro, mas sei que não foi Luis de Matos. E também sei que, nove anos anos antes de Luis de Matos, já JOE MARVEL havia actuado como convidado numa FISM. Tal aconteceu em 1988 na FISM que se realizou na Holanda (Den Haag), como mostra a imagem que encima este post.

terça-feira, abril 26, 2022

5 ANOS SEM JODIVIL



Foi há 5 anos, que faleceu JODIVIL. Conheci-o, pessoalmente, em 1973, em Paris, no Congresso FISM. Alguns meses depois reencontrámo-nos no Festival da Figueira, onde o vi ganhar o 2º Prémio de Magia Geral. Este foi o primeiro de vários prémios a cuja conquista haveria de assistir, os quais culminariam com a obtenção do Grande Prémio no Festival Mágico da Figueira da Foz de 1977. Convém não esquecer que tais prémios não foram apenas do JODIVIL. A sua esposa Mizá deu sempre um contributo importante como partenaire nas diversas performances e, por isso, a nível dos prémios, é obrigatório falar em JODIVIL E MARGOT.

Foi portanto, em 1973, que iniciámos uma amizade que se foi mantendo à distância e estreitando nos sucessivos congressos e festivais mágicos em que coincidíamos. Com a minha presença em Lisboa, para cumprimento do Serviço Militar Obrigatório, entre 1978 e 1980, a nossa amizade estreitou-se com as múltiplas visitas a sua casa, onde passávamos algumas horas com enriquecedoras conversas sobre Magia.

JODIVIL era um grande conhecedor técnico de Ilusionismo. Embora as suas modalidades de eleição (e nas quais colocou todo o seu foco de trabalho) fossem “Magia Geral” e “Grandes Ilusões”, sabia apreciar Cartomagia e Close-up, não se coibindo de manifestar opiniões sobre tais disciplinas mágicas. E devo dizer que, sempre que o vi manifestar opiniões sobre tais modalidades de mesa, elas se revelaram assertivas e dignas de interesse. Um outro foco que ele tinha na sua ligação à Arte Mágica era o estudo da história do Ilusionismo. 

No âmbito do associativismo mágico, JODIVIL foi sempre um elemento presente, tendo, inclusivé, sido um dos sócios fundadores da Associação Portuguesa de Ilusionismo. Nela, ao longo dos anos, exerceu diversos cargos directivos e organizou algumas das boas convenções anuais da API.

Possuidor de uma tão grande bagagem de conhecimentos, JODIVIL procurou partilhar os mesmos através da sua colaboração em diversas revistas. Lembro-me, em concreto, dos seus interessantes escritos na revista QUATRO ASES e na REVISTA DO CLUBE MÁGICO PORTUGUÊS. Nesta última chegou mesmo a ocupar o lugar de Director Executivo, coordenando a respectiva publicação. No final de 1994, um arreliador enfarte obrigá-lo-ia a pôr travão no seu voluntarismo em prol da Arte Mágica.

Ao longo de toda uma vida com forte e permanente ligação ao Ilusionismo, JODIVIL reunião um acervo de inegável valor. Quando, em 2016, tomei conhecimento que se iria desfazer do mesmo, manifestei a minha intenção de adquirir alguns dos livros e aparatos mágicos (da marca Magiarte) que integravam tal acervo. Nas sucessivas conversas que tivemos, percebi que a sua principal preocupação era que o material e biblioteca pudessem encontrar uma “nova casa” em Portugal que lhe desse a perspectiva de se manterem em bloco. E foi assim que, em 10 de Abril de 2017, se concretizou a passagem de um legado, conforme refere o post colocado no Facebook pelo seu filho Paulo Vilhena, do qual se reproduz a foto seguinte.


Com a partida de JODIVIL, o Ilusionismo português ficou mais pobre. Para terminar esta singela homenagem a JODIVIL, deixo o video de uma suas suas inúmeras actuações em televisão. 


segunda-feira, abril 25, 2022

Será o plágio um “cancro incurável” ?


Volta e meia, no mundo do Ilusionismo, aparece a denúncia de um plágio. Como é uma matéria que merece a minha particular atenção e o meu repúdio, não posso deixar de fazer eco da denúncia de plágio feita por TONY KLAUF neste recente post da sua página de Facebook.

E como o plágio se reproduz (por vezes sob a capa da partilha credível de um conteúdo com referência a uma fonte que plagiou) seguidamente reproduzo, com autorização do autor, o conteúdo do post colocado no Facebook, por TONY KLAUF, em 24 de Junho de 2014.



Em memória de Joaquim Gonçalves de Oliveira. Nasceu a 24 de junho de 1854 em Abadim, Cabeceiras de Bastos e faleceu a 1 de fevereiro de 1928 na cidade do Porto.

Consta, que J. G. d’Oliveira, teve a sua estreia oficial, como Ilusionista, no Teatro da Figueira da Foz, quando tinha dezasseis anos de idade. Ao longo da sua exemplar carreira artística, exibiu-se nos principais Teatros de Portugal Continental, Territórios de Expressão Lusófona e no Estrangeiro. Durante algum tempo, nas suas atuações, contou com a colaboração de Maria Antonieta. Trabalhou em espaços ao ar livre, em várias localidades, uma delas, pode ser constatada pela licença obtida através do Governo Civil do Distrito do Porto, para dar espetáculos de Prestidigitação nas ruas e praças da Cidade Invicta.

Escreveu vários livros sobre esta nobre arte, seis títulos são conhecidos, alguns com várias edições, sendo que o Manual do Prestidigitador, conseguiu ter uma edição, durante o conturbado período da Primeira Guerra Mundial 1914 - 1918.

Durante bastante tempo, lecionou um Curso de Ilusionismo, por si elaborado, tendo este, sido frequentado entre outras individualidades pelo saudoso confrade Eduardo Relvas ‘Savler’.

Oficialmente é considerado o primeiro fabricante nacional de material de ilusionismo. Na sua loja, vendia também utensílios para esta arte importados de outros Países, para além destas intrigantes ilusões, incluía outros objetos curiosos da sua época, como está referenciado em pelo menos dois dos seus catálogos.

Com António Pinheiro, Pedro de Freitas, Rafael Marques e outras Personalidades, fundou uma Associação de Ilusionistas, com a designação de Núcleo Mefistofélico Lusitano.

O mérito, pelo seu empenho e dotes artísticos, foi distinguido com várias medalhas de ouro e prata, além destas, também foi presenteado com uma cigarreira de prata, executada por um mestre italiano. Esta distinção, foi atribuída por Dom Afonso de Bragança, Duque do Porto, filho do Rei Dom Luís I.

segunda-feira, março 28, 2022

CHANNING POLLOCK

 

Há 61 anos, a revista TEATRO ILUSTRADO (Nº28 - Março 1961), publicada no Rio de Janeiro, fazia capa com a notícia do anunciado suicídio de CHANNING POLLOCK, cuja excelência mágica tinha sido divulgada mundialmente através do filme "Europa à noite".


No seu interior, a mesma revista apresentava a notícia, elaborada pelo PROF. ARONACK, que seguidamente se reproduz.



Felizmente tal notícia foi apenas o propagar de um boato, pois CHANNING POLLOCK viria a falecer em 2006, com 79 anos de idade.

Aqui fica um video que documenta a excelência mágica de POLOCK.



domingo, março 27, 2022

CONDE D'AGUILAR EM CAMUFLADO


Sempre vi o CONDE D'AGUILAR a actuar impecavelmente vestido na sua casaca e não o conseguia imaginar com outra vestimenta. No entanto CONDE D'AGUILAR também realizou actuações com outro fato bem diferente. É precisamente isso que documenta a notícia publicada na Revista CEDAM nº 69 (Octubre 1968) que seguidamente se reproduz.



sábado, março 19, 2022

JOFERK - DOIS ANOS AUSENTE


Completam-se hoje dois anos sobre a morte de Fernando Coimbra e todos os que com ele conviveram recordam com saudade o Ilusionista e o Homem.

JOFERK teve uma influência enorme no meu percurso mágico, pois foi precisamente, após o espectáculo realizado em 20 de Maio de 1972 em que, pela primeira vez, nos encontramos que tive oportunidade de apreciar uma brilhante actuação de magia de close-up. Há 25 anos publiquei o pequeno opúsculo “25 ANOS MAGICANDO” e recordei tal exibição nos seguintes termos: 

“Como era habitual no final de tal tipo de espectáculo houve um convívio entre os artistas intervenientes e foi aí que me apaixonei pelo... close-up. Foi decididamente um caso de amor à primeira vista fruto de uma impecável exibição informal de JOFERK, de que ainda recordo o “Chop Cup” e a “Carta Polaroid”. O que aí presenciei em cartomagia nada tinha a ver com os enfadonhos truques de cartas que, até essa altura, se haviam cruzado comigo nas minhas leituras mágicas.”

Esse exibição foi claramente “o empurrão” que eu necessitava para me dedicar com afinco ao estudo e prática da “magia de close-up” que, a partir de 1999 passei a designar por “magia de proximidade”. E muito provavelmente foi esta minha dedicação à “magia de proximidade” (em particular à que se apresenta com cartas de jogar) a semente que germinou na criação do único mágico português que, até hoje, se sagrou Campeão Mundial de Magia: o meu filho Helder de quem o Coimbra e a Cristina foram padrinhos de baptismo.

Por tudo isto não será surpresa para ninguém dizer que o material mágico que apresento na fotografia seguinte é, sob o ponto de vista sentimental, o mais valioso da minha pequena colecção. E sempre que olho para estes objectos relembro, com saudade, o mestre JOFERK e aquela impecável exibição de 20 de Maio de 1972. O facto de o "Chop Cup" e a "Carta Polaroid" não terem, neste momento, "segredos" para mim, em nada afecta a memória das sensações de "maravilhoso" e "impossível" que experienciei nessa noite. Obrigado, Coimbra, por essa experiência inolvidável... e por tudo o resto!





Resta acrescentar que esse nosso primeiro encontro foi fruto do acaso, pois os ilusionistas previstos para tal espectáculo eram EDGAR e DE ROCK, conforme mostra o programa impresso, que o Coimbra teve a preocupação de rectificar pelo seu próprio punho.




quinta-feira, março 03, 2022

FISM sancionou a Rússia


A FISM também sancionou a Rússia pela invasão da Ucrânia.



sábado, fevereiro 26, 2022

RICHIARDI Jr.


Os arquivos da RTP permitem-nos apreciar uma actuação de RICHIARDI Jr. datada de 1962. 

Aqui está ela, a partir do momento 16m39s.


domingo, janeiro 16, 2022

UM NOVO BLOGUE


Em 26 de Fevereiro de 2022 completarei 50 anos sobre a data da minha primeira apresentação como ilusionista num espectáculo público. Considero, portanto, essa data como o verdadeiro início da minha carreira mágica, embora o meu interesse na Arte Mágica já tivesse começado alguns anos antes.

Decidi comemorar estes (mais de) 50 anos de ligação à Arte Mágica com a publicação dum blogue, onde irei relembrar momentos aos quais estive directamente ligado como interveniente ou dos quais fui observador privilegiado. Será o meu modesto contributo para a história do Ilusionismo português dos últimos 50 anos.

Quem estiver interessado em ler as minhas memórias deste meio século de Magia poderá fazê-lo aqui.

quarta-feira, janeiro 12, 2022

2º FESTIVAL MÁGICO DA FIGUEIRA DA FOZ


Descobri mais um "tesourinho" nos Arquivos RTP.

Em 1973 realizou-se o 2º Festival Mágico da Figueira da Foz e aqui se pode ver uma desenvolvida reportagem, conduzida por Fialho Gouveia, onde aparecem inúmeros mágicos portugueses já falecidos. Dr. Pires de Carvalho, Prof. Armindo de Matos, João Marques Pinto, Fausto Caniceiroo, Dr. Jorge Teixeira, "SAIUR", "JOFERK", "MACOS", "DE ROCK /Prof. VIRGOLINO", "FRED ALAN", "JÓNIO", "SOTAM", "MARTINOT", "Prof. KARMA", "EDGAR", "JODIVIL", "LE-A-FAR" e, eventualmente, outros que não identifiquei.

Também aparecem muitos outros que ainda estão no nosso convívio: "CARDINAL", "PAULO", "AQUILES", "UL-DE-KAR", "SAMIDRY", "SERIP", "JOMAGUY", "GREAT HERBY", "MARGOT", "HENRYK SOLU" e outros mais que não consegui identificar.


Festival Internacional de Magia (1972)


Nas pesquisas que efectuei para complementar alguns posts do blogue MEIO SÉCULO MAGICANDO... encontrei este "tesourinho" de 1972: uma reportagem do espectáculo encabeçado por RICHIARDI Jr., onde pode ser vista parte da actuação do saudoso mágico português HORCAR.