quinta-feira, novembro 04, 2021

Será que a MAGIA é PIMBA?


Iniciou-se no passado sábado, na RTP 1, a emissão da série "O PIMBA É NOSSO" com o episódio que se pode rever aqui.

Chamou a minha particular atenção o facto do genérico de tal programa (que decorre a partir do momento 0m 52s do link acima referenciado) apresentar uma "imagem-clichê" dum ilusionista, imagem essa "interpretada" pelo cantor Toy.

A minha dúvida é muito simples... 

Será que os autores do programa acham que o Ilusionismo é Pimba ou será que a única forma de, graficamente, transmitirem a ideia de que o Pimba é Arte foi associarem ao Pimba uma "imagem-clichê" da Arte Mágica?



terça-feira, agosto 24, 2021

No podcast CONVERSAS DE FIM DE TARDE


"O processo criativo de um mágico é muito mais aborrecido do que se possa imaginar" é o título do episódio do podcast CONVERSAS DE FIM DE TARDE dedicado a Helder Guimarães.

Para ser ouvido aqui.


“MAGIA DE RUA” e “MAGIA NA RUA”

(A propósito do evento LISBOA MÁGICA 2021)


Em 17 de Agosto p.p. coloquei, no Facebook, um post com o seguinte conteúdo:

“Assisti a espectáculos de algumas das anteriores edições do evento LISBOA MÁGICA e, numa situação normal, iria colocar o meu “gosto” na divulgação do evento deste ano.

Mas não estamos numa situação normal… Estamos numa situação de PANDEMIA!… E esta situação levou a uma crise no mundo do espectáculo com imensos artistas e técnicos a passarem as dificuldades que conhecemos… e as que desconhecemos!

É portanto para mim inconcebível que a organização não tenha tido a desejada sensibilidade para apoiar os ilusionistas profissionais portugueses. Não seria possível, no leque dos 15 mágicos do evento, incluir 5 portugueses?…

Quando, em tantas outras situações, se fala em quotas de preenchimento de lugares, será uma aberração desejar ter 33% de mágicos portugueses no elenco?

E, se pensarmos que o evento é pago por uma autarquia, mais “revoltados” deveremos ficar por ver o erário público a contribuir para dar trabalho a artistas estrangeiros em detrimento de portugueses. 

Qual seria a reação geral dos media se, de repente, a Câmara Municipal de Lisboa decidisse, em época de PANDEMIA, comemorar uma qualquer data festiva contratando um concerto de um qualquer artista estrangeiro, afastando as opções Pedro Abrunhosa, Marisa, Toni Carreira, Rui Veloso ou tantos outros?

E não me venham com a “treta” de que em Portugal não existem mágicos especialistas em “Magia de Rua”… É que, para esse peditório, já dei!…”


Hoje, vi o Luís de Matos, no programa Esta Manhã (TVI), ser entrevistado sobre o LISBOA MÁGICA 2021 e, a certa altura pareceu querer, de alguma maneira, justificar os mágicos contratados para o evento com as seguintes palavras:

“[…] os mágicos, um dos aspectos mais curiosos é o facto de que fazem parte de um grupo de artistas cuja abordagem, nesta Arte, é, seguramente, uma das mais interessantes, na medida em que… Por exemplo, quando eu actuo num teatro, as pessoas compram bilhete, vão assistir, mas, se não gostarem, não saem a meio, não é? Pronto… Quando os mágicos actuam na rua, eles têm que, permanentemente, estar a conquistar os transeuntes, a mantê-los durante… a duração do espectáculo, fazendo com que não percam o interesse … (é quase como uma audiência de televisão)… e ainda têm que garantir que, no final, elas não se vão embora, sem contribuir financeiramente… para o entretenimento… Este não é o caso… Isso não acontece aqui… Os espectáculos são gratuitos…” (sic)


Esteve muito bem o Luís de Matos a caracterizar a “Magia de Rua”, mas acontece que o evento LISBOA MÁGICA 2021 não é um festival de “Magia de Rua”. Na realidade, estando cada um dos espectáculos programados para uma determinada hora, num local específico, os mágicos não têm que fazer o mais difícil da “Magia de Rua” que é fazer parar pessoas que transitam na via pública sem qualquer intenção de assistirem a um espectáculo e “construir um público” a partir do nada. No caso do LISBOA MÁGICA (Nota: eu assisti a algumas edições pré-pandemia), alguns minutos antes de cada espectáculo começar já há um público numeroso (atraído pela publicidade ao evento), o qual, naturalmente, vai sendo engrossado por transeuntes curiosos que param para espreitar e ficam.

Portanto, ficamos cientes que o LISBOA MÁGICA não é um evento de “Magia de Rua”, mas sim um evento de “Magia na Rua”, onde cabem perfeitamente os “especialistas” de “Magia de Rua”, mas também os que não o são.

Infelizmente, parece que só não cabem mágicos portugueses… É interessante pensar em como, para alguns, é fácil reivindicar apoios para a cultura, mas não conseguem apoiar os mágicos portugueses quando dispõem de tal possibilidade…


quarta-feira, agosto 11, 2021

ANTÓNIO RAMOS PINTO


O nome de António Ramos Pinto é citado em diversos escritos de Martins Oliveira, com referências bastante elogiosas, de que é exemplo o artigo publicado em 1925 na revista “O Illusionista” que seguidamente reproduzo:



No livro “Adriano Ramos Pinto - Vinhos e Arte” (Edições Ramos Pinto) é contada a história da Ramos Pinto, sendo pontualmente referenciada a ligação de António Ramos Pinto à Arte do ilusionismo. Vejamos alguns excertos de tais referências.


A página 50 é encimada pelo seguinte título:



E nessa página pode ler-se:


"Por sua vez, António Ramos Pinto dedicava-se ao ilusionismo com o seu irmão José, o mais velho, com quem formou o duo Irmãos Ramenport, de que existe uma curiosa fotografia, uma foto montagem e um folheto intitulado Souvenir, datado de 15 de julho de 1877, tinha então António vinte e três anos e o irmão vinte e cinco. Em quadras, entre o popular e o galante, passam da alusão dos tempos antigos de bruxarias e feitiços para os tempos da “luz do progresso” em que as feiticeiras são agora as senhoras que assistem aos seus espectáculos. O ilusionismo, a prestidigitação e outras artes mágicas eram então muito apreciadas no Porto e não havia sarau ou récita onde tais números não fossem apresentados. Desenvolveu assim António a arte de encantar a assistência através da fantasia, ou dito de outro modo, cedo aprendeu que o público gostava de se deixar encantar com arte, com graça, com talento." (sic)


Na mesma página é apresentada uma fotografia do duo Irmãos Ramenport, a qual, seguidamente, reproduzo com a devida vénia.



A referência ao nome Ramenport adoptado pela dupla de mágicos remete para uma nota final explicativa. Segunda tal nota, a origem do nome Ramenport seria a seguinte:


“Esta aparentemente estranha denominação terá a ver com a palavra japonesa ramen, que designa um alimento de origem chinesa composto por filamentos longos de massa alimentícia com ervas e legumes temperados com carne de porco ou peixe de água doce e que se vendia nas tabernas dos portos, daí o ramenport, cf. Wikipédia…, 2011.05.11. Ora também a cidade do Porto, por esta época, dedicou especial interesse aos orientalismos e a vários exotismos; cf. Orientalismo em Portugal…, 199; Guimarães, 2008a, p. 169 e seguintes, e Graça, 2008, p. 185 e seguintes.” (sic)


Julgo que a explicação apresentada para o nome Ramenport é pouco credível. Na minha perspectiva a explicação será outra bem diferente. Na época faziam algum furor como ilusionistas os “Davenport Brothers” (https://en.wikipedia.org/wiki/Davenport_brothers), os quais eram tema de notícias publicadas e, portanto, de conversa em reuniões sociais de todo o mundo. Certamente, Portugal não seria excepção. Portanto, na minha opinião, terá sido o nome Davenport a servir de inspiração ao nome adoptado por António e José, que se limitaram a substituir o DAV (de Davenport) por RAM (do seu apelido Ramos). Aliás foi, certamente, esta semelhança dos nomes que levou Martins Oliveira a designar erradamente, no artigo da revista O Illusionista acima reproduzido, o duo como Ravenport.


Seguidamente reproduzo, com a devida vénia, o folheto supracitado.



Numa outra página do livro “Adriano Ramos Pinto - Vinhos e Arte” (Edições Ramos Pinto) está expresso o seguinte:

"António era diferente. Aparentemente mais fechado com outros, incluindo os familiares, realizava também grandes festas na sua casa de S. Roque no dia 1 de janeiro nas quais, depois do jantar exibia os seus dotes de prestidigitador, atividade que nunca abandonou." (sic)


Esta última parte entra em contradição com o que vem expresso no último parágrafo do artigo de O Illusionista. Fica a dúvida, à espera que a descoberta de novos documentos possa vir dissipar a mesma.


quinta-feira, agosto 05, 2021

No podcast DISCOURSE IN MAGIC


"Creating Impossible Magic Experiences" é título do episódio do podcast DISCOURSE IN MAGIC dedicado a HELDER GUIMARÃES.

Para ser ouvido aqui.


15 ANOS SE PASSARAM…


Faz hoje 15 anos que Helder Guimarães subiu ao palco do Victoria Hall do Centro de Congressos de Estocolmo (Stockholmsmässan) para participar na FINALE CLOSE-UP CONTEST da FISM 2006. E quando o fez já sabia que se sagrara Campeão Mundial de Magia com Cartas, pois era o único concorrente apurado em tão difícil disciplina. Foi, portanto, o primeiro português a obter um título de Campeão Mundial de Magia e, até hoje, continua a ser o único português a poder ostentar tão cobiçado galardão.


Foi aí que o mundo do ilusionismo o descobriu, pois, até então, o Helder era um nome apenas reconhecido na Península Ibérica. E, nestes 15 anos de percurso sustentado, o Helder juntou ao título de Campeão Mundial de Magia outros galardões muito relevantes como, por exemplo, o título de Parlour Magician of the Year que lhe foi outorgado pela Academy of Magical Arts de Hollywood (Magic Castle) em dois anos consecutivos (2011 e 2012).



Nestes 15 anos pós-FISM 2006 Helder criou e apresentou diversos espectáculos públicos em que o sucesso se mediu pelas sucessivas sessões esgotadas e pelos prolongamentos das temporadas inicialmente previstas. Assim aconteceu, por exemplo. com “NOTHING TO HIDE”, “BORROWED TIME”, “VERSO”, “RETRATO CLANDESTINO” e “INVISIBLE TANGO”


E quando, após a prolongada carreira de lotações esgotadas de “INVISIBLE TANGO” em Los Angeles (Geffen Playhouse), Helder estava a negociar a apresentação de tal espectáculo em Nova Iorque, tudo ficou adiado sine die por força da pandemia COVID-19. Mas Helder reagiu rapidamente e criou o espectáculo online "THE PRESENT", com o qual realizou mais do que 250 apresentações.


Foi precisamente o êxito deste projecto inovador que contribuiu para obter o reconhecimento da Associação Portuguesa de Ilusionismo que lhe atribuíu o TROFÉU API 2020, o qual se foi juntar ao TROFÉU API 2006 que granjeara com a supracitada vitória no Campeonato Mundial de Magia 2006.




Mas o valor do espectáculo “THE PRESENT” não foi reconhecido apenas a nível nacional, pois mais dois importantes prémios vieram enriquecer um currículo invejável:


- The Webby Awards 2021 (Ver aqui)


- 2021 Allan Slaight Award na categoria Sharing Wonder (Ver aqui). Este é um prémio que é tido em grande conta no meio mágico, bastando, para tal, verificar que, em 2020, o vencedor na mesma categoria tinha sido Derren Brown.


Foram 15 anos preenchidos com muitos sucessos. Venham mais quinze!


quarta-feira, junho 30, 2021

Mágico Helder Guimarães troca as voltas a José Alberto Carvalho

 

Hoje, o fecho do Jornal das 8 da TVI foi assim.


COINCIDÊNCIA...


Um antigo catálogo alemão da casa de artigos de magia ZAUBERKÖNIG ("O Rei da Magia"), fundada em 1884, veio parar às minhas mãos.


A identificação do nome do proprietário levou-me a tentar encontrar mais dados referentes a Arthur Kroner, pois a minha memória não o lembrava como vendedor e/ou mágico.

E encontrei, na internet, uma pequena biografia que relata a desdita da família judia Kroner na Alemanha de Hitler. Tal biografia pode ser lida aqui.

Terminada tal leitura, senti o tilintar característico da caixa de correio a abrir e fechar, sinal de que o carteiro acabara de depositar algo na mesma. 

Apressei-me a ir recolher o correio e deparei com o exemplar da revista GENII relativo ao mês de Junho, cuja capa é dedicada a KALANAG, o mágico de Hitler. (No seu interior, a revista apresenta um desenvolvido artigo de 38 páginas sobre Kalanag) 


E ainda há quem não acredite em coincidências...


domingo, junho 27, 2021

Carta aberta à jornalista Alexandra Tavares-Teles


Estando envolvido na arte do ilusionismo há mais de 50 anos, mantenho um interesse permanente na leitura de tudo o que se escreve sobre tal matéria.Foi, portanto, em tal contexto que, hoje, me concentrei na leitura da entrevista efectuada a Luís de Matos, publicada na revista Notícias Magazine.


E devo dizer que me espantou sobejamente a formulação de uma das perguntas nos exactos termos em que está feita… Concretamente, refiro-me à seguinte questão: “Durante anos foi o único nome - e ainda é - na magia portuguesa. Tem sido um promotor da magia ou o seu eucalipto?” (sic)


O “e ainda é” publicado numa semana em que vem a público a notícia de um ilusionista português que obteve um prémio de relevância internacional (https://sicnoticias.pt/cultura/2021-06-24-Helder-Guimaraes-e-o-primeiro-ilusionista-portugues-a-vencer-um-Allan-Slaight-Award-0e5734d3?) parece querer gozar com a ignorância dos leitores menos esclarecidos… 


E se atentarmos que este galardão é o segundo ganho, este ano, pelo mesmo mágico, mais descabido o seu “e ainda é” se revela! (Nota: Pode ver a referência ao tal outro prémio a partir do momento 1h 16m 16s de https://tviplayer.iol.pt/programa/jornal-da-uma/53c6b2633004dc00624392e1/video/60b4e98c0cf29ea860550cb1).


Uma breve pesquisa permitir-lhe-á ficar a saber que tal mágico (Helder Guimarães) é o ÚNICO português que até hoje se sagrou Campeão Mundial de Magia. 


Acha que, depois de tomar conhecimento destes factos, ainda consegue balbuciar aquele “e ainda é”? Ninguém tem dúvidas que, para os portugueses, Luís de Matos é o nome mais conhecido da magia portuguesa, mas daí até se dizer que é o “único nome da magia portuguesa” vai uma enorme distância.


Quanto a uma resposta concreta à pergunta formulada, não me parece que o entrevistado fosse a pessoa mais indicada para a dar, pois ninguém é bom juiz em causa própria. Por isso reproduzo o que escrevi, em 28 de Maio de 2020, no meu blogue NOV@M@GI@:


“Aliás, o Luís de Matos, numa estratégia perfeitamente perceptível de “em terra de cegos quem tem um olho é rei” nunca “puxou” pela valorização dos mágicos portugueses.... “Puxou” sim pela valorização da magia como Arte com a vinda de inúmeros bons mágicos estrangeiros, ajudando a implantar a ideia de que ele, Luís de Matos, era o “oásis no deserto” da magia em Portugal.

[…]

O Luís de Matos sempre teve “boa imprensa” em Portugal. Nunca lhe fazem perguntas difíceis... Mas, se não estou enganado, creio que foi no LISBOA MÁGICA 2006, uma jornalista fez-lhe uma pergunta difícil, a saber, “porque é que não havia mágicos portugueses no cartaz”... Acho que ele foi apanhado um pouco de surpresa, mas lá se desenrascou, afirmando que, em Portugal havia bons mágicos, mas que naquele tipo específico de magia (street magic / magia de rua) não havia especialistas... E ele até desejava que o festival servisse para fazer despertar praticantes para tal modalidade. Foi, naturalmente, uma resposta inteligente, mas a jornalista não tinha todo o “trabalho de casa” bem feito, pois, caso contrário, poderia confrontá-lo com os nomes de diversos mágicos estrangeiros (sem dúvida, excelentes) que ele já havia convidado para trabalharem em magia de rua e que não eram especialistas em tal modalidade. No ano seguinte (2007) ele convidou o Helder Guimarães para trabalhar no LISBOA MÁGICA, não por ser um especialista em tal modalidade, mas por ser CAMPEÃO DO MUNDO DE CARTOMAGIA (FISM 2006), logo um nome que não poderia ignorar…”


quinta-feira, junho 24, 2021

Hélder Guimarães é o primeiro ilusionista português a vencer um Allan Slaight Award


Este é o titulo na notícia publicada aqui, a qual seguidamente reproduzo com a devida vénia.


Hélder Guimarães é o primeiro ilusionista português a vencer um Allan Slaight Award

Desenvolveu um espetáculo único: “The Present”. Aconteceu durante a pandemia e por videoconferência.

Hélder Guimarães é o primeiro ilusionista português a vencer um dos prémios mais importantes do mundo da magia. Vive nos Estados Unidos há quase uma década e, no ano passado, desenvolveu um espetáculo único: “The Present”. Aconteceu no confinamento e por videoconferência. A SIC falou com ele em exclusivo.

Descobriu cedo que queria fazer magia para o resto da vida. Mas a pandemia obrigou-o a adaptar-se e a trocar a intimidade dos palcos pelo ecrã de um computador.


Uma semana antes o público teve acesso a uma caixa com baralhos de cartas, envelopes e números.

Esta quinta-feira, tornou-se no primeiro ilusionista português a vencer um Allan Slaight Award, um dos principais prémios no mundo da magia, que se junta agora às dezenas de troféus do mágico.

O espetáculo gerou mais de 800 mil euros e foi bem recebido pela crítica norte-americana.

A atuação, que durou seis meses, contou com 250 sessões sob a direção de Frank Marshall, produtor dos filmes Indiana Jones ou Parque Jurássico.

Mágico português Helder Guimarães galardoado com um ‘Allan Slaight Award’

 

Este é o titulo na notícia publicada aqui, a qual seguidamente reproduzo com a devida vénia.

Mágico português Helder Guimarães galardoado com um ‘Allan Slaight Award’


Helder Guimarães foi galardoado com um ‘‘Allan Slaight Award’’, os prémios canadianos atribuídos pela Magicana. O mágico português foi distinguido na categoria de ‘Sharing Wonder’.

Os prémios, equivalentes a um Pulitzer da Magia, reconhecem a excelência da magia e visam distinguir personalidades que fizeram contribuições extraordinárias nesta área.  Em 2020, o vencedor foi o reconhecido mentalista inglês Derren Brown.

Em maio passado Helder Guimarães já tinha sido distinguido com um Webby – na categoria de melhor experiência narrativa, no âmbito de acontecimentos virtuais e remotos, pelo seu espetáculo virtual ‘The Present’, ao lado de nomes como Oprah Winfrey, Gordon Ramsay, Kristen Bell, Dua Lipa ou James Corden, entre outros. Os prémios, conhecidos como os ‘óscares da internet’, são entregues anualmente nos Estados Unidos pela Academia Internacional de Artes e Ciências Digitais.

‘The Present’, um espetáculo de magia por videoconferência, via Zoom, estreou em maio de 2020, durante o confinamento nos Estados Unidos, chegou a cerca de 14 mil pessoas e atingiu uma receita bruta de cerca de 1 milhão de dólares. Na assistência, Helder Guimarães contou com celebridades como o realizador JJ Abrams, Billy Crystal, Helen Mirren, Hugh Jackman, Jennifer Gardner ou Mel Gibson.

O espetáculo, organizado com o apoio do teatro Geffen, em Los Angeles, sob a direção de Frank Marshall (produtor de Indiana Jones e Jurassic Park), foi feito a partir de casa de Helder Guimarães e chegou a mais de 6200 lares de todo o mundo, num total de cerca de 250 sessões, em seis meses.

‘The Present’ foi muito bem recebido pela critica americana, com artigos e destaques nos principais jornais como NY Times, Washington Post, LA Times ou na revista americana Variety, e tem sido elogiado por personalidades como Laura Dern, Mark Hamill ou Billy Crystal, entre outros.

A ideia de Helder Guimarães surgiu quando ficou em isolamento durante um mês, quando tinha 11 anos, após ter sido atropelado por um carro, altura em que começou os seus primeiros truques de magia. O mágico defende que os espetáculos se devem reinventar e desde o início da pandemia em 2020, Helder Guimarães já realizou mais de 406 espetáculos, virtuais, entre espetáculos públicos e eventos privados.

ALLAN SLAIGHT AWARD



É um orgulho poder partilhar com todos que Helder Guimaraes ganhou mais um prémio de grande relevância no mundo da magia (Sharing Wonder 2021), sendo o primeiro português a conseguir tal feito. 

Sendo assim, Helder Guimarães conquista um galardão que já contemplou os mundialmente conhecidos Derren Brown (em 2020) e Penn & Teller (em 2015).

A listagem global destes prémio pode ser vista aqui.

E a notícia da SICNotícias pode ser vista aqui.


sexta-feira, maio 21, 2021

MÁGICO HELDER GUIMARÃES VENCE `ÓSCAR` DA INTERNET PELO ESPETÁCULO VIRTUAL ESTREADO EM 2020


Este é o título da notícia da Lusa publicada ontem no website da RTP e que pode ser vista aqui. Seguidamente reproduzo, com a devida vénia, o respectivo conteúdo.

Mágico Helder Guimarães vence `óscar` da Internet pelo espetáculo virtual estreado em 2020

por Lusa

O ilusionista Helder Guimarães venceu o prémio Webby para Melhor Experiência Narrativa na Área de Acontecimentos Virtuais, pelo seu espetáculo "The Present", que estreou `online`, em maio de 2020, anunciou hoje a promotora do artista.

O galardão, atribuído no âmbito da edição de 2021 dos The Webby Awards, os chamados "Óscares da Internet", representa "o reconhecimento da mestria do mágico português" e da sua equipa, ao longo do último ano, tendo lidado com a situação pandémica, lê-se no comunicado da promotora.

"The Present", o espetáculo premiado de Helder Guimarães, surgiu "como um recurso face à inatividade das salas de espetáculo norte-americanas", lê-se no comunicado.

Lançado em maio do ano passado através da Geffen Playhouse, em Los Angeles, Estados Unidos, o espetáculo tinha a duração de 45 a 50 minutos, permitia interação entre o ilusionista e a audiência - os espetadores recebiam um pacote misterioso em casa, apenas para abrirem na hora do evento - e as suas sessões esgotaram, ao fim de poucas horas de venda de acessos, e durante meses, incluindo as edições internacionais.

The Washington Post, The New York Times e Los Angeles Times foram alguns dos jornais que elogiaram.

Em entrevista à agência Lusa, em agosto do ano passado, quando as sessões estavam esgotadas até outubro, Helder Guimarães disse que este espetáculo "tem coisas que são mais únicas (...), tem um conceito que é mesmo inovador, esta ideia de as pessoas poderem estar em casa a fazer magia, conectadas numa chamada de vídeo, vendo coisas que não acham possível serem feitas à distância".

"As pessoas são muito surpreendidas porque não têm uma expectativa em relação a isso muito alta", salientou.

A realização de "The Present" esteve a cargo de Frank Marshall, um `peso pesado` de Hollywood com várias nomeações aos Óscares no currículo, e o cenário teve a mão de François-Pierre Couture, com dramaturgia de Amy Levinson.

O calendário inicial era de um mês que, entretanto, se transformou em quase meio ano de sessões.

Guimarães explicou então à Lusa que um dos motivos para o sucesso de "The Present" teve "muito a ver com esta ideia de estarmos isolados, mas ao mesmo tempo conectarmo-nos uns com os outros".

Helder Guimarães disse ter-se inspirado num episódio da sua infância quando, devido a um problema de saúde, se viu obrigado a ficar em casa durante um mês, reconhecendo a importância dos "momentos de lazer e descontração".

Na entrevista então dada à Lusa, Helder Guimarães disse que o espetáculo tinha "uma dinâmica própria do teatro, interligada com magia, desafiando a ideia de que temos de estar no mesmo espaço para partilhar a sensação de um espetáculo ao vivo".

"The Present" teve mais 14 mil espectadores, e recebeu críticas positivas de atores de Hollywood como Helen Mirren, Hugh Jackman, Billy Crystal, Jennifer Gardner, Mel Gibson, J.J. Abrams, Busy Philips, Eric Idle, Henry Winkler, Rian Johnson, Darren Aronofsky, Brie Larson e Laura Dern, entre outros. Atores como Jennifer Garner e Billy Crystal também estiveram entre os espectadores.

"Uma das coisas comuns a todas as críticas é mencionarem que este espetáculo foi o mais parecido que eles sentiram a estar num teatro, numa experiência teatral", disse então o ilusionista à Lusa. 

Helder Guimarães, de 38 anos, é natural do Porto e tirou o curso de Estudos Teatrais na Escola Superior de Música e Artes do Espetáculo (ESMAE), da cidade.

Em 2004, foi o primeiro português a ganhar o Prémio Ascanio e, em agosto de 2006, com apenas 23 anos, sagrou-se Campeão Mundial de Magia com Cartas, em Estocolmo, sendo o primeiro português a entrar na lista de Campeões Mundiais de Magia.

Em 2012, com 29 anos, Hélder Guimarães ganhou também o prémio Parlour Magician of the Year, um dos maiores galardões na área do ilusionismo, dado pela Academia de Artes Mágicas de Hollywood.

Em 2019, o mágico português realizou o espetáculo "Invisible Tango", em Los Angeles, com a música composta por Moby, que esteve em cena na Geffen Playhouse.

Helder Guimarães vive há mais de dez anos em Los Angeles, e já apresentou espetáculos na Austrália, Japão, Coreia, Brasil, Argentina, Chile, além de Portugal e outros países europeus.


terça-feira, maio 18, 2021

Apenas 5 palavras...

 

Aqui fica o discurso de 5 palavras de Helder Guimarães ao receber o Webby Award.


segunda-feira, abril 26, 2021

Nomeação para um WEBBY AWARD

 

Helder Guimarães foi nomeado para um WEBBY AWARD, conforme pode ser lido aqui.


terça-feira, abril 20, 2021

CONDE D’AGUILAR, ESTRELA EM SALTA (ARGENTINA)


Há 52 anos (Abril de 1969) o consagrado ilusionista português Conde d’Aguilar foi cabeça de cartaz na Semana Internacional de la Magia y la Ilusión, organizada em Salta (Argentina) pelo Círculo Mágico Argentino em colaboração com o Club de Leones de Salta.


Seguidamente reproduzo uma página do respectivo programa, onde se pode ver que Conde d’Aguilar foi distinguido com a honra de encerrar os espectáculos em que participou.



Tal distinção está, naturalmente, de acordo com as referências elogiosas que Conde d’Aguilar mereceu numa das páginas do mesmo programa, a qual, seguidamente, se reproduz.




terça-feira, março 30, 2021

A vida efémera da S.P.I.


Em meados do século passado, houve uma tentativa de criar uma associação de mágicos em Portugal. Chamou-se Sociedade Portuguesa de Ilusionismo e teve vida efémera pois o Ministério da Educação Nacional considerou que o objectivo consagrado nos respectivos estatutos não constituía "expressão de cultura digna de ser considerada" (sic).


Toda a vida da Sociedade Portuguesa de Ilusionismo está resumida no número único do seu boletim O Tesouro da Magia, publicado em Abril de 1957.


Não é irrelevante, para esta decisão do Ministério da Educação Nacional, o regime político vigente em Portugal. No entanto é curioso verificar que, na Alemanha, em 1937 (portanto já com Hitler no poder), era permitida a comemoração do 25º aniversário do Magischer Zirkel com uma larga reunião de mágicos como o video seguinte documenta.

25 Jahre Magischer Zirkel


sexta-feira, março 19, 2021

JOFERK


JOFERK é o nome artístico do conceituado ilusionista português José Fernando Pacheco Coimbra. Nasceu no Porto em 22 de Março de 1939, filho de José Pinheiro Coimbra e Ana da Rocha Pacheco. Faleceu, igualmente no Porto, em 19 de Março de 2020.

Uma perspectiva mais alargada do seu percurso de vida pode ser obtida com a leitura do documento História de vida de José Fernando Pacheco Coimbra.

Percurso mágico

Em 1960 filiou-se como sócio do CIF (Clube Ilusionista Fenianos / Secção de Ilusionismo do Clube Fenianos Portuenses) onde, segundo as suas próprias palavras, teve na aprendizagem de ilusionismo os seguintes mestres: Professor Marcel, Eduardo Franco e Dr. Pires de Carvalho.

Em 1961 realizou a sua primeira actuação pública. No Boletim MAGIA (CIF) nº 11 (Setembro 1961) é dada notícia dessa primeira actuação de JOFERC (exactamente com esta grafia) no âmbito dos espectáculos promovidos pela agremiação.

Em 1962, culminando a sua reconhecida evolução como ilusionista, é nomeado responsável das escolas para principiantes do CIF. No Boletim MAGIA (CIF) nº 13 (Março 1962) é noticiada tal nomeação. No mesmo boletim já aparece a grafia JOFERK quando são noticiadas as suas actuações em espectáculo promovidos pelo CIF.

Em Junho de 1963, no Boletim MAGIA (CIF) nº 18, aparece a primeira colaboração técnica escrita por JOFERK. No Boletim MAGIA (CIF) nº 20 (Dezembro 1963) é noticiada a atribuição da Insígnia de Competência do CIF a JOFERK.

Em 1965 integra, pela primeira vez, os Corpos Dirigentes do CIF, na qualidade de Tesoureiro, conforme notícia publicada no Boletim MAGIA (CIF) nº 24 (Dezembro 1964). A partir daqui Fernando Coimbra (JOFERK) exerceu diversos cargos dirigentes no CIF e, igualmente, no Clube Fenianos Portuenses, do qual chegou a ser Presidente da Direcção e Presidente da Assembleia Geral.

Em 1973, no colóquio realizado no âmbito do 2º Festival Mágico da Figueira da Foz, apresentou uma comunicação intitulada “Charlatanismo, falsos títulos e a sua aceitação por quem superintende no mundo do espectáculo”, demonstrando que, a par da perfeição da técnica mágica, também tinha preocupação com a ética que deveria ser adoptada pelos ilusionistas.

A sua constante vontade de aprender levou-o a ser um participante assíduo de congressos e festivais de ilusionismo, destacando-se a sua participação nos seguintes Congressos Mundiais de Magia FISM:

1973 – Paris
1976 – Viena
1979 – Bruxelas
1982 – Lausanne
1985 – Madrid
1988 – Haia
2000 – Lisboa
2006 – Estocolmo

Em alguns destes congressos esteve na qualidade de delegado oficial do CIF.

Foi artista convidado de inúmeros festivais e congressos de ilusionismo e organizador de diversos eventos mágicos. Estava sempre disponível para colaborar (como organizador ou actuante) em eventos que tivessem o objectivo de divulgar e dignificar a arte mágica. Também foi membro do júri em diversos concursos de ilusionismo, de que é exemplo o Magicvalongo.

Era um amador de ilusionismo (porque amava a Arte Mágica), mas foi, igualmente, ilusionista profissional em part-time, com inúmeras actuações em todo o país, das quais se destacam as resultantes dos sucessivos contratos nos Casinos de Espinho, da Póvoa do Varzim, da Figueira da Foz e do Algarve.

Prémios e galardões

Os prémios e galardões obtidos em ilusionismo, como em qualquer outra actividade, não têm um valor absoluto, mas apenas um valor relativo, função do tempo e local a que se reportam. No entanto não deixam de ser pontos de referência de um percurso.

Seguidamente se apresentam os prémios e galardões obtidos por JOFERK.

1965 – Torneio de S. João Bosco (realizado no Porto)

1º prémio

1966 – Festival Mágico Internacional da Figueira da Foz

4º prémio – Manipulação
3º prémio – Magia Geral
Melhor mágico portuense

1973 – 2º Festival Mágico da Figueira da Foz

1º prémio – Magia Geral
3º prémio – Cartomagia (de mesa)

1975 – 3º Festival Mágico da Figueira da Foz

1º prémio – Magia Geral
1º prémio – Cartomagia
4º prémio – Invenção
Taça Simpatia (por votação dos participantes)

1977 – 4º Festival Mágico da Figueira da Foz

1º prémio – Magia Geral
1º prémio – Magia Cómica
2º prémio – Cartomagia
1º prémio – Micromagia
4º e 9º prémios – Invenção
1º prémio – Grandes Ilusões
1º prémio – Luz Negra (integrante do grupo mágico Aladinos)

1981 – XI Congreso Mágico Nacional (Espanha - Santander)

Micromagia – 3º prémio

1982 – 6º Festival Mágico da Figueira da Foz

1º prémio – Magia Geral

1986 – 7º Festival Mágico da Figueira da Foz

2º prémio – Magia Geral
2º prémio – Micromagia



Um ano sem Joferk…


Completa-se hoje um ano sobre a morte de Fernando Coimbra e a saudade permanece em todos os que com ele conviveram. Durante os últimos 11 meses coloquei, em posts do Facebook, alguns documentos para o lembrar. 

Pareceu-me apropriado, na passagem do 1º aniversário do seu falecimentofazer algo diferente para o homenagear. Neste contexto surgiu-me a ideia de criar uma página na Wikipedia para juntar o nome de Joferk aos outros “Ilusionistas de Portugal” aí referenciados. Seria um espaço onde outros contributos poderiam ser acrescentados, de forma a perpetuar a memória do Coimbra numa biografia pública, acessível às novas gerações de mágicos portugueses.

Infelizmente a Wikipedia não me permitiu tal criação, conforme se pode ver pela imagem que, seguidamente, reproduzo.


Questiono-me sobre quais serão mesmo os critérios da Wikipedia quando verifico o nome de certos ilusionistas que “merecem” estar incluídos na mesma.

Perante a impossibilidade de concretizar a criação da página Joferk na Wikipedia, publicarei no próximo post deste blogue o conteúdo com que iria nascer tal página.


sábado, março 06, 2021

De quem será a culpa?



Neste post do Manuel Luís Goucha (colocado no Facebook) o que mais me chamou a atenção foi a frase entre parênteses: "lá vai tempo em que os artistas eram pagos e com toda a justeza já que esse é o seu trabalho" (sic).

E fiz a mim mesmo a seguinte pergunta: "De quem será a culpa?"

E fui analisando várias hipóteses de resposta...

Será culpa do apresentador do(s) programa(s)?... Parece-me que não. O apresentador faz o seu trabalho que é apresentar e nada tem a ver com a contratação de artistas.

Será culpa da produção do(s) programa(s)?... Parece-me que não. Quem no seu perfeito juízo iria pagar por um produto/serviço quando pode dispor de um produto/serviço similar gratuitamente? É evidente que, caso um produtor de TV tal fizesse, arriscava-se a ser despedido com justa causa.

Será culpa do artista que aceita tal situação? Dado que nenhuma das anteriores hipóteses teve resposta positiva, só me resta responder com um SIM a esta terceira hipótese.

Já pensaram que se NENHUM cantor (ou cozinheiro ou ilusionista ou comediante, etc) aceitasse participar nesses programas de TV, o respectivo apresentador teria que estar 2 ou 3 horas a "encher chouriços"? Ou talvez fosse despedido, pois ninguém precisa de um "motorista" para "conduzir um autocarro" quando ele está vazio!

Talvez seja necessário que apareça um novo "Francisco José" para "pôr o dedo na ferida" como foi feito em 1964, conforme se lê aqui.


sexta-feira, fevereiro 12, 2021

Sem CONDE D'AGUILAR há 33 anos...


Completam-se hoje 33 anos sobre a morte (aos 79 anos) de Saúl Fernandes de Aguilar, ilusionista que usava o nome artístico de CONDE D’AGUILAR e que, sem dúvida, era o nome mais conhecido do panorama mágico nacional em meados do século passado, tendo tido, igualmente, uma larga projecção internacional.

Para o lembrar escolhi um cartaz usado para promover espectáculos em França que tem uma particularidade curiosa: o nome artístico está traduzido para francês!



quarta-feira, fevereiro 03, 2021

HÁ 25 ANOS FALECEU HORTINY


Completam-se hoje 25 anos sobre a morte repentina de José Carlos Gomes, conhecido no meio mágico pelo pseudónimo HORTINY. Ele próprio explica a origem de tal nome artístico na biografia que integra o seu livro COCKTAIL MAGIC.

José Carlos Gomes nasceu em Gouveia a 1 de Agosto de 1942 e muito cedo "emigrou" para Angola. Foi aí que, em 1958, nasceu o "mágico Hortiny", numa festa de escuteiros. A partir daí desdobrou-se em inúmeros espectáculos e a sua veia artística explorou outros campos como, por exemplo, o teatro e rádio. Na área do ilusionismo ia construindo os aparelhos que necessitava para as suas ilusões antes de "descobrir" a existência de Martins Oliveira e da Academia Portuguesa de Ilusionismo, da qual passou a ser cliente.

Em 1975 regressou a Portugal continental, passando a residir em Coimbra. Em 1977, puxado pelo Fausto Caniceiro da Costa, participou no Festival Mágico da Figueira da Foz e, a partir desse momento, passou a ser um elemento muito participativo no âmbito da comunidade mágica portuguesa. E tal participação recrudesceu, a partir de 1979, com a criação do seu "HORTINY - MÃOS MÁGICAS ESTÚDIO"

Hortiny foi um mágico eclético (praticava Magia Geral, Grandes Ilusões, Micromagia, Cartomagia e Ventriloquia) premiado em diversos concursos mágicos nacionais e internacionais. Além das vertentes de actuante e "magic dealer", Hortiny destacou-se pela criatividade e originalidade com que procurava dotar os seus trabalhos e pela sua vontade de "remar contra a maré" e publicar livros e revistas sobre magia em português, mesmo sabendo que, à partida, tais projectos eram deficitários.

Como escreveu o saudoso Dr. Jorge Teixeira no Prefácio do livro supracitado:

"Pode gostar-se ou não de Hortiny. No entanto, há um facto que ninguém ignora: A PAIXÃO deste homem pela MAGIA.
Haverá alguns que não concordam com muitas das suas posições e opiniões acerca da nossa arte. Mas há um aspecto insofismável a não esquecer. Hortiny tem sido um trabalhador incansável, produzindo sem parar literatura mágica não só de carácter opinativo ou de magazine, mas também análise e investigação." (sic)

É precisamente esta vertente de Hortiny (a de escritor/publicador) que pretendo relevar, ao listar as seguintes publicações (que foram da sua responsabilidade editorial):

- Cartas Rasgadas e Outros Buracos (Ano: 1986)
- Top Hat Magic - Revista (5 exemplares publicados entre 1986 e 1987)
- Colectânea Mágica (Ano: 1987)
- Cocktail Magic (Ano: 1988)
- Da Carta Dupla (Ano: 1989)
- Outros Mágicos Rumos - Magazine (5 exemplares publicados entre 1991 e 1993)
- Ilusões - Revista (3 exemplares publicados entre 1994 e 1995)

A par das publicações referidas, Hortiny aproveitava a produção de circulares informativas do seu "Mãos Mágicas Estúdio" para as enriquecer com reportagens, opiniões e críticas. Na década 80 esse espaço de opinião e crítica tinha uma presença regular e intitulava-se "A PALAVRA CONTRA O MURO".

Por tudo o que atrás foi dito, percebe-se que a morte de Hortiny aos 53 anos (faleceu em 3 de Fevereiro de 1996) foi prematura, pois ainda havia muito a esperar do seu espírito empreendedor. As circunstâncias da morte de Hortiny estão descritas no artigo intitulado "Hortiny morreu" publicado na Folha Mágica (Boletim Informativo do C.I.F.) de Janeiro/Fevereiro de 1996. 

Em tal artigo é expresso que, no final do espectáculo, "Hortiny estava particularmente feliz" (sic). Mas estaria totalmente feliz? Teria sido uma noite perfeita? Não foi!

25 anos passaram e há memórias que não se apagaram. E, no final da 1ª parte do espectáculo, houve um momento em que, nos bastidores, o Hortiny ficou particularmente agastado. Aconteceu na altura em que Luís de Matos proferiu palavras de agradecimento ao receber o galardão "Mágico do Ano". Nesse breve discurso, Luís de Matos agradeceu a inúmeras pessoas, mas "esqueceu-se" de referir Hortiny.

Para quem se referiu a Luís de Matos como 'o "meu filho" Luís' (Ver Outros Mágicos Rumos nº2 - Pág.4) e escreveu 'Não exagero quando digo que ensinei mais ao Luís que a meu filho Bruno' (Ver Outros Mágicos Rumos nº5 - Pág.31) de certeza que a ingratidão de tal esquecimento tocou bem fundo.

Por tudo o que aqui foi escrito (e pelo muito mais que poderia ser) Hortiny, foi, sem dúvida, um mágico de relevo no panorama mágico português, no último quartel do século XX. A sua morte prematura deixou o ilusionismo português mais pobre. Como forma de singela homenagem deixo seguidamente o video da sua participação televisiva no programa Nunca Mais É Sábado.




UMA MEMÓRIA MÁGICA COM 25 ANOS


Como poderá ser lido na Folha Mágica (Boletim Informativo do C.I.F.) de Dezembro de 1995 o Clube Ilusionista Fenianos decidiu, nesse ano, atribuir três galardões “MÁGICO DO ANO”, em três áreas distintas de intervenção, aos seguintes ilusionistas:

Luís de Matos - Magia de palco

Jomaguy - Close-up

Maik Magic - Prestígio mágico

Em tal notícia também está expresso que os troféus seriam entregues aos “premiados no decorrer da Noite de Gala das Comemorações de S. João Bosco, a realizar no dia 3 de Fevereiro pelas 22 horas, no salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses” (sic).

Faz, portanto, hoje 25 anos que subi ao palco do Salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses para receber o troféu que a fotografia documenta. Aconteceu no final da 1ª parte da Gala do Festival São João Bosco 1996 organizado pelo C.I.F. (Secção de Ilusionismo do Clube Fenianos Portuenses). Tal como os restantes galardoados, no momento da recepção do respectivo galardão, proferi um pequeno discurso de agradecimento.

25 anos depois lembro esse dia com um misto de alegria e tristeza, pois a lembrança feliz correspondente ao recebimento de tal galardão é abafada pela memória triste do infausto acontecimento ocorrido no final da Gala, a morte súbita do mágico Hortiny. Mas este assunto será objecto do post seguinte, que irei escrever como singela homenagem a José Carlos Gomes “Hortiny”.



segunda-feira, fevereiro 01, 2021

TERÁ SIDO UM SONHO?


Ontem a SIC transformou o seu programa da tarde num “Domingão Especial Magia”. Fico feliz por verificar que a Arte Mágica teve honras de protagonismo num espaço tão alargado de programação. É pena que seja só no Dia Mundial do Mágico… Adiante…

Não vou comentar a escolha dos mágicos (e mágicas) intervenientes nem as respectivas intervenções. Apenas lamento que não tenha havido tempo/espaço para falar de associações mágicas e festivais mágicos, ou seja, no fundo, para falar de magia de forma mais global e abrangente. Mas reconheço que, provavelmente, não era o formato ideal de programa para o fazer.

Até aqui, falei de REALIDADE.

Creio ter lido, no Facebook, um “post” de um mágico que divulgava na hora a referida a emissão da SIC dedicada à Magia. Creio que li num comentário (feito por outro mágico) a esse “post” que a SIC deveria pagar aos artistas.

Hoje, já bem acordado, procurei tal “post” (com o referido comentário) e não o encontrei… 

Terá sido um SONHO?


quarta-feira, janeiro 20, 2021

THE FUTURE



Recebi hoje, dos Estados Unidos, o sinal de que um bom futuro se aproxima... E que bem que ele fica ao lado de boas memórias de um passado recente!