segunda-feira, junho 04, 2007

OBRIGADO, HELDER!


Este artigo foi publicado, em Maio de 2007, na revista da Associação Portuguesa de Ilusionismo, MAGICAMENTE.

OBRIGADO, HELDER!

Quando em Dezembro de 1997 escrevi um pequeno texto intitulado “LUGAR AOS NOVOS” (ver Revista O MÁGICO nº9 / Dezembro 1997), estava longe de imaginar a dimensão que, passados nove anos, algumas passagens do mesmo iriam atingir. Relembro que nessa altura escrevi:

«É difícil encontrar os adjectivos adequados para qualificar, hoje, aqueles que, caso continuem a trabalhar com empenho idêntico ao demonstrado até agora, merecerão, amanhã, mais desenvolvidos encómios.» (sic)

Relativamente ao Helder, o “amanhã” ali referido encerrava um conteúdo premonitório que se foi, sucessivamente, concretizando ao longo destes últimos nove anos em cada uma das participações em congressos e encontros mágicos até culminar em Estocolmo na FISM 2006 (Nota: ao terminar de escrever esta frase não pude deixar de sentir um breve arrepio a percorrer-me a coluna vertebral, tal como sempre acontece quando relembro aqueles momentos indescritíveis.)

Quando a Direcção da API me pediu uma colaboração sobre o Helder, fiquei “entre a espada e a parede”. Por um lado não poderia negar tal contributo e por outro lado, tal como já escrevera no supracitado artigo publicado em O MÁGICO:

«É difícil dizer bem do próprio filho (…) sem correr o risco de tal ser entendido como um mero exercício de auto-elogio.» (sic)

É óbvio que a proximidade que tenho com o Helder não me permite tecer todos os elogios que ele merece, sem cair na figura de “pai babado”, que já toda a gente sabe que sou. Mas não é só isso que me faz refrear o ímpeto de elogiar: o Rui Fernandes também disse que o número de páginas da revista era limitado!

Mas há algo que é importante ficar escrito. O Helder chegou ao topo por mérito próprio. Eu ajudei-o? Claro que sim! O contrário é que não seria normal. Mas o seu percurso é fruto de decisões pessoais e não de “empurrões paternos”. Eu ensinei-o? Claro que sim! Mas apenas fui o seu “professor primário”. Quando evoluiu para o “ensino secundário”, o Helder já sabia como estudar sozinho e onde encontrar as matérias de estudo necessárias à sua formação. A partir daí acabou-se a relação “mestre e aluno” e passou a prevalecer uma relação de “companheiros de estudo”. Entretanto, como nada é imutável, regressamos à relação “mestre e aluno”, mas de sentido contrário à primeira fase. 

E agora é que eu percebo a sorte que é ter “à mão de semear” um mestre para me aconselhar quando preciso, mesmo que isso me impeça de continuar a dizer: “Eu sou o melhor ilusionista da minha rua". 

OBRIGADO, Helder!