No passado sábado fui até à Capital Mundial (quiçá mesmo Europeia…) da Magia. Por outras palavras, fui a Coimbra onde tive oportunidade de assistir a um dos momentos de MAGIA DE RUA e à GALA INTERNACIONAL no TAGV.
O programa geral dos ENCONTROS MÁGICOS COIMBRA 2003 tinha como subtítulos 7º FESTIVAL INTERNACIONAL DE MAGIA DE COIMBRA e 2ª MOSTRA EUROPEIA DE MAGIA SUB-21. Não sendo o programa transparente quanto ao que é o quê no conjunto da programação, não se percebe muito bem a necessidade de atribuir 3 designações diferentes.
Mas há quem diga (algumas más-línguas, concerteza…) que a designação de festival internacional serve apenas para desmentir a Câmara Municipal de Valongo quando anuncia (ver http://www.cmvalongo.net/cultura.htm) o MagicValongo como “Único Festival Internacional de Ilusionismo existente em Portugal” (sic). E também há quem diga que a MOSTRA EUROPEIA DE MAGIA SUB-21 não é nada. E eu concordo, pois NADA vi que possa ser designado como tal…
No que se refere a MAGIA DE RUA vi actuar JJ (como apresentador) Rafael Benatar, Mark Mitton, Javier Benitez, Malakatin e Flikto. Peter Wardell, embora estivesse anunciado no programa, não compareceu. Porquê? Não sei porque tal não foi esclarecido aos presentes… Apesar de ser um espectáculo de rua, onde ninguém paga bilhete, se há um programa que é divulgado, tal deveria ser cumprido à risca, penso eu de que…
JJ apresentou pouca magia, embora se perceba que sabe estar na rua; no entanto está sempre limitado por estar a trabalhar para um público que, maioritariamente, não entende inglês.
Mark Mitton dançou muito (e mal, na minha opinião…) e fez pouca magia; algumas “palhaçadas” foram bem recebidas pelo público.
Rafael Benatar e Javier Benitez são bons mágicos de close-up mas a rua não é o seu ambiente natural, pelo que as respectivas actuações se ressentiram de tal facto.
Malakatin foi, quanto a mim, o que esteve melhor de todos, pelo ritmo e pela relação estabelecida com o público presente.
Por fim, Flikto apresentou uma boa ideia para animação mágica de rua, mas o “recheio” de truques utilizado não foi, a meu ver, o mais indicado; também pecou por ser uma actuação demasiado longa.
Na GRANDE GALA INTERNACIONAL, realizada no TAGV, estavam previstos os seguintes actuantes: Aaron, Kevin James, Laurent Beretta, Magic Wave, Mark Mitton e Peter Wardell e Merche Romero (apresentadora). Além destes também teve um pequena intervenção Topper Martyn, a qual aconteceu no âmbito da homenagem que os Encontros Mágicos lhe tributavam.
Comparada com Galas de anteriores Encontros Mágicos esta deixou muito a desejar, a começar por Merche Romero. Alto aí! Não se trata desse “desejar” que certas mentes libidinosas estão a pensar… Acontece que Merche Romero não tem presença nem arcaboiço para apresentar uma gala ao vivo. Não basta ter uma carinha laroca e um corpinho “danone” para se ser apresentadora. Este erro é tanto mais grave quanto é verdade que, há 2 anos atrás, aconteceu algo de muito semelhante com Elsa Raposo. Não se entende a repetição dum erro fulcral quando se sabe a importância que uma boa apresentação tem no êxito final de uma gala. E, por falar em final, também não percebi como é escolhido o número de escapismo de Mark Mitton para fechar a gala. Um número de escapismo em que não há qualquer controle das correntes, dos aloquetes, do bidão,… enfim, de nada, não deveria ter lugar na gala.
Também me pareceu um erro a intervenção mágica de Topper Martyn. Teria sido preferível levantar-se do lugar, ouvir uma salva de palmas e voltar a sentar-se.
Para terminar a referência aos pontos negativos (na minha opinião) achei demasiado longo o slide show com que se iniciou a gala. Tal foi notório pelo facto de ter sido exibida 2 vezes a mesma sequência de slides.
Mas a gala também teve bons momentos. Refiro-me às actuações de Peter Wardell e Kevin James. Relativamente a Peter Wardell, sendo um mágico de rua (que, infelizmente, não tive oportunidade de ver no seu ambiente natural, conforme já referi) encheu o TAGV com a sua magia com covilhetes. Quanto a Kevin James apresentou com mestria algumas das suas criações e deu espaço para o seu ajudante anão brilhar como mimo/clown. Embora esta intervenção, por demasiado brejeira, pudesse ser mal recebida, acho que tal não aconteceu.
Os restantes actuantes estiveram no nível esperado (goste-se ou não do respectivo estilo) e, a meu ver, não foram as respectivas intervenções que "desvalorizaram" a gala.
Conclusão: com uma bom apresentador (em vez de uma apresentadora boa…) e um bom número para fechar a gala eu teria saído, no final, com um impressão muito mais positiva. Mas eu é que devo ser muito exigente… pois o público presente tributou um demorada ovação de pé no final da gala, respondendo adequadamente à música estimuladora de tal atitude… Portanto, tudo está bem quando acaba assim. Ou não será?