domingo, dezembro 28, 2003

Carta ao PAI NATAL


É quase um lugar comum dizer que a época de Natal é uma... época mágica. Que mais não seja porque, com os constantes apelos ao consumismo (que nos “assaltam” no dia a dia), é, para a maioria dos portugueses, verdadeiramente mágico conseguir esticar o orçamento para as prendas da praxe. 

Mas claro que estas prendas trocadas, quer seja por um gesto de amizade quer seja por mera “obrigação social”, não encerram a mesma “magia” que as prendas tinham na nossa meninice quando apareciam “magicamente” na chaminé... 

E como era emocionante escrever a carta ao Pai Natal (ou ao menino Jesus) e esperar pela madrugada dos 25 de Dezembro para saber se ele correspondera (ou não) ao nosso pedido... Por isso foi com redobrada alegria que li a carta que o meu velho amigo Afonso (da célebre dupla Serafim e Afonso...) escreveu ao Pai Natal. Com autorização do autor aqui fica a respectiva transcrição. 


Meu caro Pai Natal 

Deves ficar espantado ao receber esta carta minha, pois já não te faço pedidos há alguns anitos. E se este ano decidi, novamente, escrever-te, tal não significa que te venha pedir algo para mim. Nem pensar! Com tanta gente necessitada (que há por aí) e com a contenção orçamental que a Dra. Manuela, quase de certeza, te impôs, acho que só faz sentido satisfazeres necessidades inadiáveis. 

Portanto resisti ao egoísmo de te pedir algo para meu usufruto pessoal Aqui te deixo algumas das necessidades que detectei nos últimos tempos para colmatares na medida das tuas possibilidades: 

- Um boião de coragem para aqueles cuja cobardia apenas permite manifestar opiniões através de cartas e e-mails anónimos; 

- Um dentífrico ultra-forte para quem manda os outros lavar a boca sem antes cheirar o seu próprio hálito; 

- Um frasco de “percebas” para quem atribui a uns o que outros escrevem; 

- Uma caixa de cotonetes para quem “emprenha pelos ouvidos”; 

- Outra caixa de cotonetes para quem só ouve o que lhe convém; 

- Uma embalagem de educação e bom senso para todos os já referidos... e mais alguns. 

Com tudo isto acho que já tens trabalho que te chegue... e sobre! Se calhar, vais deixar de ser aquele indivíduo que tem o melhor emprego do mundo, pois só trabalha um dia por ano, e vais ter que fazer horas extra... Contingências da crise... da crise de valores, claro! 

Um abraço 

Afonso 

P.S.: Já agora aproveita e deixa no sapatinho de cada mágico uma embalagem com... A TRIPLA FANTASIA!


E NÃO HAVIA BOLINHOS DE BACALHAU COM ARROZ DE FEIJÃO...


5 de Dezembro, 13 horas e 30 minutos. 

Entro num snack bar da baixa portuense onde almoço com frequência, após uma breve paragem para consultar a ementa afixada na respectiva porta envidraçada. A decisão estava tomada: bolinhos de bacalhau com arroz de feijão. 

Sento-me ao balcão e, imediatamente, me apercebo que algo de estranho se passa no outro extremo do mesmo, mais propriamente, na chamada “zona de serviço”. Faço o pedido ao empregado, mas sou confrontado com a triste realidade... dos bolinhos de bacalhau com arroz de feijão já se terem eclipsado! Opto pelo lombo assado e, enquanto espero pela correspondente meia dose, tenho oportunidade de me aperceber do imbróglio que despertara a minha atenção. 

A situação relata-se em duas penadas. Um cidadão de nacionalidade estrangeira (talvez, ucraniano) que tinha vindo comprar comida na opção take away, reclamava que o troco não estava correcto, pois tinha entregue 50 euros (para pagar um montante situado entre 10 e 15 euros) e, além de algumas moedas, recebera uma nota de 5 euros, uma nota de 10 euros e uma terceira nota, também esta de 5 euros. Numa primeira reacção o gerente (o sr. Jorge) foi à caixa registadora para “desfazer” o engano, mas, logo que a abriu, ficou seguro de que não houvera engano. De facto ele tinha a certeza que, antes de atender tal cliente, só tinha uma nota de 20 euros na caixa registadora. Como, nesse momento, já lá não tinha qualquer nota desse valor, era óbvio que teria que a ter entregue ao dito cliente. E, num flashback imediato, relembrou-se de uma cena perfeitamente idêntica passada algumas semanas antes, com o mesmo indivíduo. 

Não tendo dúvidas que estava perante uma tentativa de burla, recusou-se a entregar-lhe o montante reclamado como estando em falta. Entre frases proferidas num inglês mal arranhado e um mostrar dos bolsos do casaco, o citado cliente ainda tentou convencer que estava a falar verdade, mas o sr. Jorge aconselhou-o a chamar a polícia e ele achou por bem, retirar-se. Entretanto chega o lombo assado e, enquanto me entretenho com ele, assisto à conversa do sr. Jorge com dois clientes habituais da casa, que já haviam terminado o respectivo almoço. Para além do relato circunstanciado da ocorrência e da lembrança que tinha da burla anterior com que o mesmo sujeito o enganara, o sr. Jorge disse algo do género:

- Mas é fantástica a habilidade com que ele trocou a nota! Ele quase nem se virou, logo voltou para trás e a nota já estava trocada. 

E, ao mesmo tempo que exemplificava um empalme foleiro da nota dobrada, rematou: 

- Se calhar escondeu-a, assim, na mão. 

De imediato, um dos seus interlocutores sentenciou: 

- É como um ilusionista. É como o Luís de Matos. 

Acreditem que esta afirmação me entristeceu bastante mais do que o eclipse dos bolinhos de bacalhau com arroz de feijão, mas, infelizmente, a nossa Arte continua a ser objecto deste tipo de associação de ideias... E parece-me que tal só acontece com o Ilusionismo... Pelo menos, eu nunca ouvi ninguém dizer (para comentar um homicídio cometido com arma branca): - Pela precisão do corte parecia mesmo um médico cirurgião de bisturi em riste. 

Triste sina, a dos mágicos: ser bitola de comparação com conotações bastante negativas. Quando conseguiremos alterar esta situação? 

5 de Dezembro, 14 horas e 15 minutos. 

Saio do snack bar após pagar a conta, sem burlar o sr. Jorge, triste por não ter podido comer bolinhos de bacalhau com arroz de feijão. Por isso e não só... 

P.S.: Para permitir a alguns leitores uma total compreensão do texto, informo que, em dialecto alfacinha, diz-se "pastéis de bacalhau" em vez de "bolinhos de bacalhau"...


DRAGÕES DESILUDIDOS... PERDÃO, DESILUSIONADOS!


O passado mês de Novembro trouxe à Magia alguma visibilidade e destaque em meios de comunicação social onde, escassas vezes, haverá razões para ser citada. Já entenderam que me estou a referir aos media ligados ao fenómeno desportivo e à escolha de um espectáculo mágico (protagonizado por Luís de Matos) para integrar a inauguração do Estádio do Dragão. 

Devido a compromissos do foro mágico assumidos anteriormente não me foi possível estar presente nesse evento, situação que correspondia desde logo, à partida, a uma dupla tristeza (a do mágico e a do portista). Tive portanto apenas oportunidade de ver a gravação do que a RTP transmitiu. 

Quando foi anunciado o efeito da previsão do resultado do jogo, tive, imediatamente, a sensação de dejá vu. E, simultaneamente, a sensação de um anti-climax relativamente à previsão do totoloto. Na realidade, um espectador leigo, mas de raciocínio lógico-matemático medianamente desenvolvido, chegará à conclusão que é muito mais fácil prever o resultado de um jogo de futebol do que uma chave de totoloto. De facto, se considerarmos que, num jogo entre Porto e Barcelona, cada uma das equipas conseguirá marcar, no máximo, 6 golos (o que pessoalmente já acho que é um exagero), o universo possível de resultados distintos será limitado a 49 possibilidades, infinitamente menor que o número gigantesco que corresponde a combinações de 49 elementos, 7 a 7. Mas, mesmo assim, tal previsão foi o que mais terá ilusionado as pessoas e os jornalistas. Visto pela televisão também não teve as características de permanente controle da caixa da previsão que colocaram a «operação totoloto» num outro nível de impossibilidade. 

A fazer fé nas descrições e conclusões de algumas pessoas conhecidas (leigas sob o ponto de vista mágico) que estiveram presentes no estádio, as ilusões do desaparecimento de Luís de Matos de uma caixa suspensa e do aparecimento da equipa do F. C. Porto não os enganaram, o que me deixou triste. Para completar tal estado de espírito, no dia seguinte ao evento, antes de ter visto a gravação televisiva e estando a almoçar num snack-bar portuense, fiquei a saber o processo utilizado para fazer aparecer a equipa portista em cima de um estrado. Foi dito, em voz alta, por quem tinha assistido ao vivo. Dias mais tarde vi a mesma descrição feita numa notícia de jornal, tendo o jornalista revelado que confirmara tal dedução com um dos jogadores que participara na ilusão… 

Será que… ilusões que não ilusionam são Magia?


quarta-feira, dezembro 03, 2003

Chegou o ILUSORIUM


E perguntarão os poucos que ainda não o conhecem: o que é o ILUSORIUM? 


O ILUSORIUM é o novo portal português de MAGIA, que acaba de nascer pela vontade de 3 mágicos portugueses (o VLAD, o RUI MORGADO e eu), mas que foi, desde a primeira hora, apoiado por muitos outros. 

O neófito (ainda só tem 3 dias, portanto, só gatinha...) será, a partir de agora, o porto de abrigo destas palavras que vou alinhavando, mas isso não impede que vá manter este blog, seja com reproduções a posteriori de alguns textos já publicados, seja com a publicação de textos inéditos que, eventualmente, não se enquadrem no referido projecto. 

Entretanto, se visitarem o portal em www.ilusorium.com poderão ler, na coluna NOVAMAGIA, a crónica «Dragões desiludidos… perdão, desilusionados!»


terça-feira, novembro 04, 2003

SERÁ A MAGIA UMA ARTE EM DECLÍNIO?


Nos últimos tempos o Ilusionismo tem sido mencionado, nas páginas do Jornal de Notícias, com alguma assiduidade e relevo. No passado domingo mais uma vez tal aconteceu, não propriamente nas páginas do conhecido matutino portuense, mas sim na revista NOTÍCIAS MAGAZINE que acompanha, fielmente, a edição dominical do JN… e não só! 

O artigo intitula-se "Ilusionistas - A ARTE DA FUGA" e foi incluído na secção "COISAS QUE FASCINAM" da citada revista. Escolha acertada, na minha opinião, pois nada me fascina mais do que a nossa querida ARTE MÁGICA. 

No artigo em questão, a sua autora (Carla Maia de Almeida) dá a sua visão pessoal do fascínio que o Ilusionismo encerra, conseguindo, com alguma frases de belo recorte literário, levar o leitor a recordar experiências mágicas a que assistiu ou a imaginá-las pura e simplesmente. É disso exemplo o seguinte texto, que reproduzo: 

«Nas mãos de um ilusionista, até as coisas mais prosaicas do mundo ganham expectativas irreais, um certo protagonismo que lhes está vedado no quotidiano distraído. Um valete de copas pode não ser só um valete de copas; uma laranja pode não ser só uma laranja. Subtraídas à sua estrita funcionalidade, os objectos integram-se noutra lógica que transforma o banal em fascinante, o aparentemente óbvio em possibilidade insólita.» (sic) 

Digo simplesmente… LINDO! 

No entanto há 3 pontos no citado artigo que me deixaram pouco feliz. 

O primeiro ponto negativo é o próprio título. Parece-me demasiado "redutor" rotular a nossa Arte como A ARTE DA FUGA. Não me restam dúvidas que tal ficou a dever-se à importância que a jornalista encontrou na personalidade de HOUDINI, mas tal fascínio levou-a a cair numa generalização descabida.  

O segundo ponto negativo é o texto inicial do artigo, a saber : «Mágico, inventor, actor, entertainer, jogador, ladrão, sedutor… Na figura do ilusionista convergem uma série de personagens que, a seu modo, fogem às convenções do mundo real e se reinventam numa possibilidade de ficção.» (sic). A inclusão do termo ladrão (e nem sequer usar aspas!) é, quanto a mim, de muito mau gosto e só pode encontrar as suas raízes na "célebre frase" com que muitos de nós já fomos confrontados alguma vez quando somos apresentados como ilusionistas: "Está aqui um ilusionista… Cuidado com as carteiras!"

O terceiro ponto negativo foi o que me deixou mais pensativo. A determinado passo pode ler-se: «Houdini não viveu para assistir ao declínio da arte que o tornou célebre.» (sic). Esfreguei os olhos e fui ler segunda vez. Não tinha visto mal: era mesmo aquilo que estava escrito!!! Interrogo-me quanto à profundidade da investigação jornalística que permitiu à Sra. jornalista obter tal conclusão? Será verdade? Será a MAGIA uma Arte em declínio? Eu digo um rotundo NÃO!


domingo, outubro 26, 2003

ARTE(?) MÁGICA...


Recentemente o Jornal de Notícias lançou uma iniciativa a que já me referi elogiosamente neste blog. Tratou-se da publicação da ENCICLOPÉDIA MÁGICA da autoria de Luís de Matos. 

Na contracapa de tal publicação pode ler-se um texto da autoria de Luís de Matos do qual transcrevo a seguinte frase: 

«O Jornal de Notícias e eu próprio tudo fizeram para que um tal esforço de divulgação pedagógica ajudasse a entender melhor a complexidade e a riqueza criativa da arte mágica.»(sic) 

Neste momento o Jornal de Notícias lançou uma nova iniciativa designada "Os Grandes Mestres da Arte" que é publicitada, em subtítulo, com a seguinte referência: 

«TODOS OS MESTRES. TODAS AS ARTES. TODOS OS DOMINGOS.» 

Curiosamente (ou talvez não...), nesta sua nova iniciativa, o Jornal de Notícias não inclui a Arte Mágica em TODAS(?) AS ARTES... Ficamos, portanto, na dúvida se o Jornal de Notícias considera a MAGIA como ARTE ou não...


terça-feira, outubro 21, 2003

ÍDOLOS COM PÉS DE BARRO…


Todos nós criamos, numa ou noutra situação, ídolos que, mais tarde ou mais cedo, nos proporcionam a desilusão de verificarmos que têm… pés de barro! Num canto recôndito das minhas mais antigas memórias mágicas guardo um episódio que decidi partilhar convosco, o qual se pode enquadrar nesta classificação. 

Corria o ano de 1972. Ainda eu era um neófito nestas coisas da Magia e começara, havia pouco tempo, a integrar o grupo de mágicos dos Fenianos. Na época era habitual, sempre que um mágico estrangeiro nos visitava (por exemplo para actuar num dos casinos nortenhos), realizar-se um "excursão de mágicos" para o ver actuar e, posteriormente, contactar e conversar sobre Ilusionismo. 

Pois nesse mês de Dezembro de 1972 não tivemos apenas a presença de um mágico estrangeiro entre nós, mas sim de um grupo! Tratou-se do espectáculo intitulado “I FESTIVAL INTERNACIONAL DE MAGIA” liderado por Richiardi Jr. que assentou arraiais no Teatro Sá da Bandeira. No final do espectáculo dirigimo-nos à porta de entrada dos artista do referido teatro para cumprimentar Richiardi Jr. e tentar combinar um eventual encontro posterior. 

Enquanto esperávamos pela chegada do artista comentava-se o espectáculo e "dissecavam-se" algumas das ilusões apreciadas. Entre os presentes estavam alguns mágicos portuenses que, até essa noite, eu só conhecia de nome (pela rubrica MAGIA por Cardinal, publicada semanalmente no Jornal de Notícias) e que imaginava serem "muito conhecedores", verdadeiros “monstros sagrados” para um recém-chegado às lides mágicas. 

Pois a determinada altura, quando se procurava descortinar o truque da cadeira De Kolta (em que Richiardi Jr. era soberbo, diga-se de passagem) um dos presentes (curiosamente, um dos que eu considerava mais conhecedor…) afirmou, peremptoriamente, que conhecia um técnico do teatro e ele já lhe tinha dito como tudo funcionava. E lá deixou esta verdadeira pérola: “Estava tudo muito bem ensaiado e sincronizado. A rapariga saía da cadeira e escondia-se atrás de Richiardi Jr., executando os mesmo passos que ele dava até se aproximar da cortina e poder fugir para os bastidores.” 

Desde logo esta explicação me soou a uma enormidade, até porque, nos poucos conhecimentos mágicos que já conseguira obter até essa data, constava a existência de alçapões… mas fiquei calado, pois seria um verdadeiro “sacrilégio” contrariar tão “douto conhecimento”. Até porque nenhum dos restantes presentes contrariou frontalmente a explicação apresentada. 

E foi assim que, pela primeira vez, vi os pés de alguns ídolos...


sábado, outubro 18, 2003

FALANDO DE... CARTAS DE ILUSIONISMO


Tal é o título de uma pequena publicação de minha autoria, editada, no passado mês de Setembro, pela APENAS LIVROS, LDA. e integrada na colecção BISCA LAMBIDA

Nesse pequeno livrinho (onde não se explicam quaisquer truques...) reuni um conjunto de 3 artigos, publicados na FOLHA MÁGICA (C.I.F.) entre Julho e Setembro de 1995, intitulados FALANDO DE... CARTAS DE JOGAR.


terça-feira, outubro 14, 2003

MAGOMIGUE ESTEVE NO PORTO


MAGOMIGUE, o categorizado mágico espanhol que, no passado mês de Julho, em Haia, obteve o 1º PRÉMIO no concurso de Cartomagia da FISM 2003, esteve no Porto para realizar um espectáculo integrado num evento de divulgação turística de Granada e teve a gentileza de me convidar a assistir. 

Já algumas vezes me questionei, ao assistir a algumas actuações de mágicos que "fazem furor" em congressos e festivais mágicos, se as respectivas actuações obtêm o mesmo impacto quando se apresentam perante público leigo. Relativamente a MAGOMIGUE nunca tive dúvidas que as suas actuações perante público leigo seriam tão bem recebidas (ou melhor, se possível…) como o são quando trabalha para mágicos. Mas se tivesses dúvidas, elas teriam ficado dissipadas, pois a respectiva actuação foi um sucesso que, estou certo, vai perdurar na memória de quem a ela assistiu. 

Mas, mais do que elogiar o respectivo trabalho, trago este assunto ao meu blog para registar a postura de um ARTISTA que, apesar de ser CAMPEÃO MUNDIAL DE CARTOMAGIA, não se isola da comunidade nem vira as costas aos amigos mágicos e continua a ter o mesmo carácter que tinha antes de obter o referido galardão. É inequivocamente a postura de um ARTISTA com "A grande" e um exemplo que muitos deveriam seguir… 

PARABÉNS, MIGUEL! E desejo-te um sucesso cada vez maior na tua carreira.


domingo, outubro 05, 2003

MEMÓRIAS...


A leitura de um recente post no forum ILLUSION MAKERS (http://root.haz.dk/masters.haz.dk/www/phpBB2/index.php) trouxe-me algumas memórias do passado... E como recordar é viver, decidi partilhar convosco, fiéis e ávidos leitores, essas memórias... Aqui vão elas... 

Há uns anitos (talvez mais de uma dezena...) num dia de reunião do C.I.F. apareceu um sócio com uma "novidade". Não era um truque ou ideia nova mas, simplesmente, um baralho de cartas miniatura. Mas era realmente um baralho miniatura de uma dimensão como eu nunca vira antes. Aliás tal baralho estava dentro de uma caixa de plástico transparente que constituía o adorno de um porta-chaves. 

Esse sócio do C.I.F. não tinha qualquer ideia quanto ao "aproveitamento mágico de tal baralho". Desde logo sugeri o seguinte efeito: 

Um espectador seleccionava uma carta num baralho normal e voltava a colocá-la no mesmo. O mágico, usando o porta-chaves como pêndulo, descobria a carta escolhida e, em seguida, mostrava que o pêndulo era realmente mágico, pois a carta do mini-baralho do mesmo valor da carta escolhida estava virada ao contrário no meio das restantes. 

Passado algum tempo esse sócio do C.I.F. passou a vender esse efeito na sua banca. Eu sei que ele teve o mérito (?) de encontrar uma solução para o efeito, mas não seria descabido fazer uma referência a quem tinha sugerido tal efeito em primeira mão... 

Dar os créditos certos na hora própria só dignifica quem o faz. E quem não o faz, mesmo quando não afirma explicitamente que a ideia é sua, deixa que essa noção de paternidade acabe por ficar na mente dos seus leitores. 

Enfim... os anos passam... mas há pessoas que não conseguem mudar de atitude...


quinta-feira, outubro 02, 2003

MAGICVALONGO 2003… ARTISTICAMENTE FALANDO


No plano artístico o MAGICVALONGO 2003 teve momentos de muito elevado nível. 

Em primeiro plano estão por mérito próprio as prestações de:
 - SIMON LOVELL (uma conferência notável e uma actuação na GALA DE CLOSE-UP que simplesmente foi… de arromba!!!); 
- DAN HARLAN (uma conferência muito boa e uma actuação na GALA DE CLOSE-UP onde criou momentos mágicos com uma clareza que me parece inultrapassável); 
- JEROME MURAT (uma actuação na GRANDE GALA INTERNACIONAL que transmitiu a todos os presentes uma sensação de verdadeira Magia).
 
Não me repugna dizer que bastariam os momentos proporcionados por estes 3 ARTISTAS para considerar o MAGICVALONGO 2003 com saldo francamente positivo. Mas também há que registar, outros pontos positivos, a saber: 
- Na GRANDE GALA INTERNACIONAL as boas prestações de SERGI BUKA, ANDY GONZALEZ, PATRICK DROUDE e ARNO
- Na GALA DE CLOSE-UP a boa prestação de HENRY EVANS
- As conferências de PATRICK DROUDE (curiosamente explicou parte da sua rotina de palco), DAN GARRETT e HENRY EVANS
- Na GALA DE JOVENS TALENTOS a boa prestação de DAVID SOUSA

Mas também houve momentos negativos que não podem deixar de ser apontados. 
- A GALA DE JOVENS TALENTOS foi, de um modo geral, fraca. Na minha opinião além do DAVID SOUSA (que já destaquei anteriormente) só o espanhol ÁRESON mostrou justificar a "convocatória". Todos os restantes tiveram actuações que deixaram a desejar (uns mais que outros, é claro…). Até o apresentador (SALAZAR RIBEIRO) que é um "velho talento" na arte da apresentação esteve a léguas daquilo que já mostrou saber fazer… a ponto de deixar o público pensativo com este saboroso naco de prosa: "…um ovo.. oco por dentro…". Ora no final da gala todos se interrogavam como seria um "ovo… oco por fora" 
- A GALA DE CLOSE-UP teve um péssimo alinhamento dos artistas. Posteriormente soube que tal se ficou a dever ao facto de alguns artistas também trabalharem na Gala de Palco que decorria na outra sala (para público leigo)… Mas depois de SIMON LOVELL (segundo artista a actuar) a gala desceu demasiado… 
- MR. LAPIN não esteve bem na apresentação da GALA DE CLOSE-UP. Tem a atenuante de ter sido "convocado" à última hora, como substituto do apresentador previsto, mas acho que, mais do que isso, é que lhe faltava um palco.. e o Manuel Coelho é um "animal de palco". Para cúmulo, SAVIL irrompeu no final da GALA DE CLOSE-UP para distribuir os "prémios de assiduidade" e nem permitiu que os artistas fossem chamados para o aplauso final… Foi uma cena uma bocadinho patética…

terça-feira, setembro 30, 2003

MAGICVALONGO 2003 - MAIS VALE TARDE QUE NUNCA…


Pois é mesmo assim, como diz o povo na sua infinita sabedoria... MAIS VALE TARDE QUE NUNCA

Por isso, nesta primeira apreciação a factos do MAGICVALONGO 2003 não posso deixar de fazer referência a dois aspectos MUITO POSITIVOS que registei no evento e que faço questão de realçar neste meu blog

A primeira situação mostra que a Comissão Organizadora do MAGICVALONGO está empenhada em credibilizar o respectivo concurso. E essa credibilização passava obviamente pelo afastamento de membro do Júri do autor de A SENA DOS 4 TRISTES, cujos plágios desmascarei, oportunamente, perante a comunidade mágica portuguesa. Não tenho a veleidade de pensar que foram as minhas palavras que os sensibilizaram em tal matéria pois sei que há pessoas que preferem as MENTIRAS de outros em detrimento das VERDADES ditas por mim. Mas claro que não poderiam fazer "orelhas moucas" quando as MESMAS VERDADES que eu dissera foram repetidas por outras pessoas mais credíveis... 

A segunda situação tem a ver com um cartaz que dava destaque, em exclusivo, aos mágicos portugueses presentes no evento como convidados. Depois de, em anos anteriores, ter criticado o pouco (em alguns casos nenhum...) destaque que era dado à presença dos ilusionistas portugueses convidados, apraz-me registar esta alteração de atitude. Também neste caso, não tenho a veleidade de pensar que as minhas palavras tenham sido escutadas... mas, tal como diz o povo na sua infinita sabedoria, ÁGUA MOLE EM PEDRA DURA TANTO BATE ATÉ QUE FURA.


quarta-feira, setembro 24, 2003

ENCONTROS MÁGICOS COIMBRA 2003


No passado sábado fui até à Capital Mundial (quiçá mesmo Europeia…) da Magia. Por outras palavras, fui a Coimbra onde tive oportunidade de assistir a um dos momentos de MAGIA DE RUA e à GALA INTERNACIONAL no TAGV. 

O programa geral dos ENCONTROS MÁGICOS COIMBRA 2003 tinha como subtítulos 7º FESTIVAL INTERNACIONAL DE MAGIA DE COIMBRA e 2ª MOSTRA EUROPEIA DE MAGIA SUB-21. Não sendo o programa transparente quanto ao que é o quê no conjunto da programação, não se percebe muito bem a necessidade de atribuir 3 designações diferentes. 

Mas há quem diga (algumas más-línguas, concerteza…) que a designação de festival internacional serve apenas para desmentir a Câmara Municipal de Valongo quando anuncia (ver http://www.cmvalongo.net/cultura.htm) o MagicValongo como “Único Festival Internacional de Ilusionismo existente em Portugal” (sic). E também há quem diga que a MOSTRA EUROPEIA DE MAGIA SUB-21 não é nada. E eu concordo, pois NADA vi que possa ser designado como tal… 

No que se refere a MAGIA DE RUA vi actuar JJ (como apresentador) Rafael Benatar, Mark Mitton, Javier Benitez, Malakatin e Flikto. Peter Wardell, embora estivesse anunciado no programa, não compareceu. Porquê? Não sei porque tal não foi esclarecido aos presentes… Apesar de ser um espectáculo de rua, onde ninguém paga bilhete, se há um programa que é divulgado, tal deveria ser cumprido à risca, penso eu de que… 

JJ apresentou pouca magia, embora se perceba que sabe estar na rua; no entanto está sempre limitado por estar a trabalhar para um público que, maioritariamente, não entende inglês. 

Mark Mitton dançou muito (e mal, na minha opinião…) e fez pouca magia; algumas “palhaçadas” foram bem recebidas pelo público. 

Rafael Benatar e Javier Benitez são bons mágicos de close-up mas a rua não é o seu ambiente natural, pelo que as respectivas actuações se ressentiram de tal facto. 

Malakatin foi, quanto a mim, o que esteve melhor de todos, pelo ritmo e pela relação estabelecida com o público presente. 

Por fim, Flikto apresentou uma boa ideia para animação mágica de rua, mas o “recheio” de truques utilizado não foi, a meu ver, o mais indicado; também pecou por ser uma actuação demasiado longa. 

Na GRANDE GALA INTERNACIONAL, realizada no TAGV, estavam previstos os seguintes actuantes: Aaron, Kevin James, Laurent Beretta, Magic Wave, Mark Mitton e Peter Wardell e Merche Romero (apresentadora). Além destes também teve um pequena intervenção Topper Martyn, a qual aconteceu no âmbito da homenagem que os Encontros Mágicos lhe tributavam. 

Comparada com Galas de anteriores Encontros Mágicos esta deixou muito a desejar, a começar por Merche Romero. Alto aí! Não se trata desse “desejar” que certas mentes libidinosas estão a pensar… Acontece que Merche Romero não tem presença nem arcaboiço para apresentar uma gala ao vivo. Não basta ter uma carinha laroca e um corpinho “danone” para se ser apresentadora. Este erro é tanto mais grave quanto é verdade que, há 2 anos atrás, aconteceu algo de muito semelhante com Elsa Raposo. Não se entende a repetição dum erro fulcral quando se sabe a importância que uma boa apresentação tem no êxito final de uma gala. E, por falar em final, também não percebi como é escolhido o número de escapismo de Mark Mitton para fechar a gala. Um número de escapismo em que não há qualquer controle das correntes, dos aloquetes, do bidão,… enfim, de nada, não deveria ter lugar na gala. 

Também me pareceu um erro a intervenção mágica de Topper Martyn. Teria sido preferível levantar-se do lugar, ouvir uma salva de palmas e voltar a sentar-se. 

Para terminar a referência aos pontos negativos (na minha opinião) achei demasiado longo o slide show com que se iniciou a gala. Tal foi notório pelo facto de ter sido exibida 2 vezes a mesma sequência de slides

Mas a gala também teve bons momentos. Refiro-me às actuações de Peter Wardell e Kevin James. Relativamente a Peter Wardell, sendo um mágico de rua (que, infelizmente, não tive oportunidade de ver no seu ambiente natural, conforme já referi) encheu o TAGV com a sua magia com covilhetes. Quanto a Kevin James apresentou com mestria algumas das suas criações e deu espaço para o seu ajudante anão brilhar como mimo/clown. Embora esta intervenção, por demasiado brejeira, pudesse ser mal recebida, acho que tal não aconteceu. 

Os restantes actuantes estiveram no nível esperado (goste-se ou não do respectivo estilo) e, a meu ver, não foram as respectivas intervenções que "desvalorizaram" a gala. 

Conclusão: com uma bom apresentador (em vez de uma apresentadora boa…) e um bom número para fechar a gala eu teria saído, no final, com um impressão muito mais positiva. Mas eu é que devo ser muito exigente… pois o público presente tributou um demorada ovação de pé no final da gala, respondendo adequadamente à música estimuladora de tal atitude… Portanto, tudo está bem quando acaba assim. Ou não será?


quarta-feira, setembro 17, 2003

"CAPITALISMO" MÁGICO


Podemos ser um país pequeno, mas não nos faltam CAPITAIS! Calma, Srª Ministra das Finanças, não me refiro a esses capitais… Refiro-me a... CAPITAIS MÁGICAS!!! 

Pois é… 

Em 2000 realizou-se em Lisboa o Congresso Mundial da FISM (Federação Internacional das Sociedades Mágicas), que reuniu mais de 2000 mágicos participantes, pelo que, com alguma propriedade (penso eu de que...), se poderia referir Lisboa como Capital Mundial da Magia

Em 2001 o Sr. Presidente da Câmara Municipal de Valongo achou que o concelho de Valongo não podia ficar atrás de Lisboa e (...abracadabra...) toca de apelidar Valongo como Capital Mundial da Magia, devido à realização do MagicValongo, um evento que reúne aproximadamente uma centena e meia de mágicos participantes. 

Em 2002, por ocasião de mais um MagicValongo, tivemos de novo, o concelho de Valongo como Capital da Magia, dessa vez sem usar o adjectivo “mundial” ou qualquer outro que delimitasse o “território” afecto à “soberania” de tal capital… Em último caso ninguém poderia contestar que Valongo fosse considerada a Capital Concelhia da Magia… 

Neste momento estão a decorrer os Encontros Mágicos de Coimbra que, segundo o Jornal de Notícias, contam com a presença de cerca de “uma dúzia mágicos provenientes de sete países” (sic). Luís de Matos esteve presente, no passado Domingo, na qualidade de organizador de tais Encontros, no programa “DOMINGO É DOMINGO” da RTP1 e referiu-se a Coimbra como Capital Mundial da Magia. No dia seguinte no Jornal de Notícias o mesmo evento foi “despromovido” para Capital Europeia da Magia… 

Na próxima semana teremos mais um MagicValongo. Será novamente Capital da Magia? Mundial? Europeia? Portuguesa? Distrital? Aceitam-se palpites. 

No meio de tanto “capitalismo” parece haver muita falta de ambição, pois ainda ninguém achou apropriado designar um evento como CAPITAL INTERGALÁCTICA DA MAGIA. E com esta falta de ambição continuaremos a ser um país pequenino…


quinta-feira, setembro 11, 2003

ENCICLOPÉDIA MÁGICA


Afinal a ficha nº 60 da Enciclopédia Mágica, apesar de ser apenas intitulada JOLSON E AGUILLAR, também dedica duas linhas a MARTINS OLIVEIRA. 

É pouco (muito pouco, mesmo!), mas aqui fica a devida ressalva relativamente ao meu anterior post sobre esta matéria.


quarta-feira, setembro 10, 2003

A MAGIA PORTUGUESA DE VENTO EM POPA


Portugal pode orgulhar-se de também já ter o seu mágico... perdão, hipótese de mágico mascarado. 

Somos portanto o segundo país (logo a seguir aos E.U.A.) a estar na vanguarda da construção da "MAGIA" do futuro... Mas como somos um país pequenino o nosso "mágico mascarado" é mais fraquito e... DE MAGIA NÃO PERCEBE PATAVINA. Só sabe escrever e-mails anónimos... 

Portanto... se calhar não lhe deveremos chamar "mágico mascarado"... Talvez seja mais apropriado chamar-lhe... ENERGÚMENO MASCARADO.


segunda-feira, setembro 08, 2003

FUTURO RISONHO


Um futuro risonho é o que se pode augurar para a MAGIA portuguesa face a alguns indícios prometedores. Vou apenas citar dois desses indícios que detectei recentemente. 

Aqui vai o primeiro. Em alguma publicidade (de página inteira) com que o Jornal de Notícias promove a sua iniciativa ENCICLOPÉDIA MÁGICA pode ler-se: 

«Num passe de mágica Luís de Matos transforma-o numa estrela». 

E depois do primeiro, vem o segundo (Tudo perfeitamente normal como diria o Gonçalo...). Na rubrica "do director" da FOLHA MÁGICA do C.I.F. de Agosto 2003 pode ler-se: 

«Adicionando a estes pressupostos a devida TOLERÂNCIA, todos juntos imbuídos deste espírito, guindaremos o C.I.F. e os seus ilusionistas aos patamares mais altos da magia». 

A conjugação destes dois indicadores deixa dúvidas a alguém? A mim, NÃO!

domingo, setembro 07, 2003

ENCICLOPÉDIA MÁGICA


Com concepção global, direcção e redacção de LUÍ­S DE MATOS e edição do JORNAL DE NOTÍCIAS foi lançada a ENCICLOPÉDIA MÁGICA. É naturalmente uma iniciativa de aplaudir com ambas as mãos, pois pode ser uma semente da qual resulte o germinar de uma nova geração de mágicos em Portugal. Mas, como costuma dizer-se... não há bela sem senão. E este também é o caso. 

Obviamente que não estou a referir-me à inclusão de um certo truque em detrimento da publicação de um qualquer outro. Sendo tal escolha fruto de um critério pessoal, não é de admirar que um outro mágico tomasse diferentes opções. Mas no que diz respeito a opções de material publicado há algo que entendo dever criticar. Trata-se da pouca relevância dada aos mágicos portugueses do passado. No conjunto das 20 fichas da secção ILUSÕES COM HISTÓRIA apenas há referência a 2 mágicos portugueses... e mesmo assim tiveram que dividir protagonismo, pois foram abordados ambos na mesma ficha. Sendo esta obra publicada em Portugal e, obviamente, destinada ao mercado português, considero que a opção tomada nesta matéria é má. Em função dos livros que publicaram nomes como DAVID CASTRO e MARTINS OLIVEIRA não mereceriam ter sido dados a conhecer? 

Logo no início da obra, na página intitulada APRENDER MAIS se nota uma lacuna importante: não referenciar o CLUBE ILUSIONISTA FENIANOS. A não ser que, face ao conturbado momento que o CIF atravessa, se entenda não dever encaminhar novos praticantes para o mesmo... 

Por último não posso deixar de referenciar a má qualidade das cartas de jogar fornecidas com a obra. Não só foram fabricadas numa cartolina imprópria para consumo (no que a cartas diz respeito) como também foram fornecidas em folhas de 4 cartas o que implicou uma separação que deixou as cartas com bordos irregulares. Questiono-me se um jovem principiante, ao tentar realizar, com tal baralho, algumas das técnicas explicadas não irá desistir e considerar que se tivesse que fazer, com tais cartas, cartomagia por sobrevivência... não sobreviveria! 

Os senãos apontados não impedem, naturalmente, o meu aplauso a esta iniciativa.


MENTALISMO FALHADO...


Os gostos e aptidões de um mágico variam ao longo da respectiva carreira. Não é de estranhar que varie a modalidade de MAGIA a que se dedica, em função de interesses e/ou oportunidades. 

Por isso não estranhei que, num impulso próprio de quem procura permanentemente a evolução, ele se tivesse virado para o mentalismo... na primeira oportunidade que lhe apareceu. 

E foi simples. Contactados A+B+C+...etc. nasce um mail de ampla divulgação que termina com a excelente previsão: «...E OUTROS MAIS SE SEGUIRÃO!» 

Mas ninguém mais se seguiu... 

A previsão falhou redondamente... 

Conclusão: É MAIS DIFÍCIL FAZER MENTALISMO DO QUE... CARTOMAGIA POR SOBREVIVÊNCIA!


segunda-feira, setembro 01, 2003

ATÃO... PARABÉNS TÓ ZÉ !


Atão?... Atão era pastor... 

Tó Zé nasceu num berço de ouro, melhor dizendo de verga pintado a purpurina. Quer dizer, ao longe, parecia de ouro e era o que bastava... Afinal até vivemos num mundo onde a mentira é suportada e defendida por muitos responsáveis e em que alguns garantem que certas verdades não podem ser ditas... Adiante... 

Tó Zé tinha um sonho...Todos temos sonhos e Tó Zé não era diferente... Mas não podia confessar o seu sonho a ninguém... Afinal qual seria o casal que aceitaria para genro um jovem cujo maior sonho da vida era ser pastor? Por isso Tó Zé escondeu o seu sonho do mundo e lá teve que abraçar outras actividades... mas só por sobrevivência, garantia ele para si mesmo, quando falava com os seu botões... Claro que, com o tempo, foi subindo na vida e ultimamente já só fala com fechos éclair da marca Benetton... É outro status... 

Mas o sonho acompanhou-o sempre... E, um certo dia, ele não lhe conseguiu resistir mais... Há algum tempo atrás decidiu dedicar-se, nos tempos livres, à sua grande paixão secreta: ser PASTOR!!! 

Foi simples: arrebanhou uma dúzia de carneiros e aí foi ele monte acima... Só teve um pequeno descuido: devido à falta de prática e à mania das grandezas que sempre o caracterizou meteu no rebanho animais que não lhe pertenciam... Assim a carneirada do Tó Zé parecia maior e sempre fazia mais vistaço... mas, apesar disso, nunca conseguiu convencer novos carneiros a engrossarem o "seu" rebanho... 

Ahhhhh... grande Tó Zé... afinal conseguiste concretizar o teu sonho ... 

Atão?... Atão era pastor... Tal como o Tó Zé...