sexta-feira, fevereiro 12, 2021

Sem CONDE D'AGUILAR há 33 anos...


Completam-se hoje 33 anos sobre a morte (aos 79 anos) de Saúl Fernandes de Aguilar, ilusionista que usava o nome artístico de CONDE D’AGUILAR e que, sem dúvida, era o nome mais conhecido do panorama mágico nacional em meados do século passado, tendo tido, igualmente, uma larga projecção internacional.

Para o lembrar escolhi um cartaz usado para promover espectáculos em França que tem uma particularidade curiosa: o nome artístico está traduzido para francês!



quarta-feira, fevereiro 03, 2021

HÁ 25 ANOS FALECEU HORTINY


Completam-se hoje 25 anos sobre a morte repentina de José Carlos Gomes, conhecido no meio mágico pelo pseudónimo HORTINY. Ele próprio explica a origem de tal nome artístico na biografia que integra o seu livro COCKTAIL MAGIC.

José Carlos Gomes nasceu em Gouveia a 1 de Agosto de 1942 e muito cedo "emigrou" para Angola. Foi aí que, em 1958, nasceu o "mágico Hortiny", numa festa de escuteiros. A partir daí desdobrou-se em inúmeros espectáculos e a sua veia artística explorou outros campos como, por exemplo, o teatro e rádio. Na área do ilusionismo ia construindo os aparelhos que necessitava para as suas ilusões antes de "descobrir" a existência de Martins Oliveira e da Academia Portuguesa de Ilusionismo, da qual passou a ser cliente.

Em 1975 regressou a Portugal continental, passando a residir em Coimbra. Em 1977, puxado pelo Fausto Caniceiro da Costa, participou no Festival Mágico da Figueira da Foz e, a partir desse momento, passou a ser um elemento muito participativo no âmbito da comunidade mágica portuguesa. E tal participação recrudesceu, a partir de 1979, com a criação do seu "HORTINY - MÃOS MÁGICAS ESTÚDIO"

Hortiny foi um mágico eclético (praticava Magia Geral, Grandes Ilusões, Micromagia, Cartomagia e Ventriloquia) premiado em diversos concursos mágicos nacionais e internacionais. Além das vertentes de actuante e "magic dealer", Hortiny destacou-se pela criatividade e originalidade com que procurava dotar os seus trabalhos e pela sua vontade de "remar contra a maré" e publicar livros e revistas sobre magia em português, mesmo sabendo que, à partida, tais projectos eram deficitários.

Como escreveu o saudoso Dr. Jorge Teixeira no Prefácio do livro supracitado:

"Pode gostar-se ou não de Hortiny. No entanto, há um facto que ninguém ignora: A PAIXÃO deste homem pela MAGIA.
Haverá alguns que não concordam com muitas das suas posições e opiniões acerca da nossa arte. Mas há um aspecto insofismável a não esquecer. Hortiny tem sido um trabalhador incansável, produzindo sem parar literatura mágica não só de carácter opinativo ou de magazine, mas também análise e investigação." (sic)

É precisamente esta vertente de Hortiny (a de escritor/publicador) que pretendo relevar, ao listar as seguintes publicações (que foram da sua responsabilidade editorial):

- Cartas Rasgadas e Outros Buracos (Ano: 1986)
- Top Hat Magic - Revista (5 exemplares publicados entre 1986 e 1987)
- Colectânea Mágica (Ano: 1987)
- Cocktail Magic (Ano: 1988)
- Da Carta Dupla (Ano: 1989)
- Outros Mágicos Rumos - Magazine (5 exemplares publicados entre 1991 e 1993)
- Ilusões - Revista (3 exemplares publicados entre 1994 e 1995)

A par das publicações referidas, Hortiny aproveitava a produção de circulares informativas do seu "Mãos Mágicas Estúdio" para as enriquecer com reportagens, opiniões e críticas. Na década 80 esse espaço de opinião e crítica tinha uma presença regular e intitulava-se "A PALAVRA CONTRA O MURO".

Por tudo o que atrás foi dito, percebe-se que a morte de Hortiny aos 53 anos (faleceu em 3 de Fevereiro de 1996) foi prematura, pois ainda havia muito a esperar do seu espírito empreendedor. As circunstâncias da morte de Hortiny estão descritas no artigo intitulado "Hortiny morreu" publicado na Folha Mágica (Boletim Informativo do C.I.F.) de Janeiro/Fevereiro de 1996. 

Em tal artigo é expresso que, no final do espectáculo, "Hortiny estava particularmente feliz" (sic). Mas estaria totalmente feliz? Teria sido uma noite perfeita? Não foi!

25 anos passaram e há memórias que não se apagaram. E, no final da 1ª parte do espectáculo, houve um momento em que, nos bastidores, o Hortiny ficou particularmente agastado. Aconteceu na altura em que Luís de Matos proferiu palavras de agradecimento ao receber o galardão "Mágico do Ano". Nesse breve discurso, Luís de Matos agradeceu a inúmeras pessoas, mas "esqueceu-se" de referir Hortiny.

Para quem se referiu a Luís de Matos como 'o "meu filho" Luís' (Ver Outros Mágicos Rumos nº2 - Pág.4) e escreveu 'Não exagero quando digo que ensinei mais ao Luís que a meu filho Bruno' (Ver Outros Mágicos Rumos nº5 - Pág.31) de certeza que a ingratidão de tal esquecimento tocou bem fundo.

Por tudo o que aqui foi escrito (e pelo muito mais que poderia ser) Hortiny, foi, sem dúvida, um mágico de relevo no panorama mágico português, no último quartel do século XX. A sua morte prematura deixou o ilusionismo português mais pobre. Como forma de singela homenagem deixo seguidamente o video da sua participação televisiva no programa Nunca Mais É Sábado.




UMA MEMÓRIA MÁGICA COM 25 ANOS


Como poderá ser lido na Folha Mágica (Boletim Informativo do C.I.F.) de Dezembro de 1995 o Clube Ilusionista Fenianos decidiu, nesse ano, atribuir três galardões “MÁGICO DO ANO”, em três áreas distintas de intervenção, aos seguintes ilusionistas:

Luís de Matos - Magia de palco

Jomaguy - Close-up

Maik Magic - Prestígio mágico

Em tal notícia também está expresso que os troféus seriam entregues aos “premiados no decorrer da Noite de Gala das Comemorações de S. João Bosco, a realizar no dia 3 de Fevereiro pelas 22 horas, no salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses” (sic).

Faz, portanto, hoje 25 anos que subi ao palco do Salão Nobre do Clube Fenianos Portuenses para receber o troféu que a fotografia documenta. Aconteceu no final da 1ª parte da Gala do Festival São João Bosco 1996 organizado pelo C.I.F. (Secção de Ilusionismo do Clube Fenianos Portuenses). Tal como os restantes galardoados, no momento da recepção do respectivo galardão, proferi um pequeno discurso de agradecimento.

25 anos depois lembro esse dia com um misto de alegria e tristeza, pois a lembrança feliz correspondente ao recebimento de tal galardão é abafada pela memória triste do infausto acontecimento ocorrido no final da Gala, a morte súbita do mágico Hortiny. Mas este assunto será objecto do post seguinte, que irei escrever como singela homenagem a José Carlos Gomes “Hortiny”.



segunda-feira, fevereiro 01, 2021

TERÁ SIDO UM SONHO?


Ontem a SIC transformou o seu programa da tarde num “Domingão Especial Magia”. Fico feliz por verificar que a Arte Mágica teve honras de protagonismo num espaço tão alargado de programação. É pena que seja só no Dia Mundial do Mágico… Adiante…

Não vou comentar a escolha dos mágicos (e mágicas) intervenientes nem as respectivas intervenções. Apenas lamento que não tenha havido tempo/espaço para falar de associações mágicas e festivais mágicos, ou seja, no fundo, para falar de magia de forma mais global e abrangente. Mas reconheço que, provavelmente, não era o formato ideal de programa para o fazer.

Até aqui, falei de REALIDADE.

Creio ter lido, no Facebook, um “post” de um mágico que divulgava na hora a referida a emissão da SIC dedicada à Magia. Creio que li num comentário (feito por outro mágico) a esse “post” que a SIC deveria pagar aos artistas.

Hoje, já bem acordado, procurei tal “post” (com o referido comentário) e não o encontrei… 

Terá sido um SONHO?